Formandos da Guarda Municipal organizam protesto para cobrar nomeação em concurso

Alunos reclamam da organização do concurso e cobram posicionamento do município

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Cerimônia de formatura no Parque Ayrton Senna, ilustrativa (Foto: Nathalia Alcântara / Jornal Midiamax)

Apenas 106 dos 372 alunos que concluiram o curso de formação da GCM (Guarda Civil Metropolitana) foram chamados pela PMCG (Prefeitura Municipal de Campo Grande) para o processo de nomeação e posse, publicado no Diogrande (Diário oficial de Campo grande) desta sexta-feira (6).

Com o certame se arrastando desde 2020 – diante de vários adiamentos por parte de gestão municipal – os formandos que não foram convocados organizam um protesto para esta quinta-feira (12), às 8h da manhã, na frente da prefeitura de Campo Grande.

A ação tem o objetivo de trazer um posicionamento por parte da prefeitura, diz uma candidata que por medo de retaliações preferiu não se identificar. “Nós queremos um posicionamento, porque a prefeita Adriane Lopes não diz nada. Esse concurso está uma bagunça, tudo a gente teve que protestar para conseguir. No nosso curso de formação, a nossa bolsa atrasava todo mês”, disse ela.

Em relação as fases do concurso, ela relatou. “A gente precisa de uma resposta, estamos desempregados. Nos demitidos para iniciar o curso de formação e alguns candidatos foram demitidos por conta das outras fases, porque precisavam sair durante o expediente. A prefeitura só vem decepcionado, desde o início desse concurso em 2020”, disse ela.

Abertura do concurso

As inscrições para o concurso começaram na quarta-feira (23) de dezembro de 2020, . O certame era muito aguardado e inicialmente ofereceu 273 vagas ao todo com salários de R$ 1,6 mil.

A empresa responsável pelo concurso será a Selecon (Instituto Nacional de Seleções e Concursos). O concurso conta com seis fases: prova objetiva, prova de aptidão física, avaliação psicológica, exame médico e toxicológico, investigação social e curso de formação técnico profissional.

Adiamentos

Candidatos do concurso da GCM (Guarda Civil Metropolitana) de Campo Grande foram pegos de surpresa com o adiamento dos exames médicos. A suspensão da etapa deixou os candidatos ‘frustrados’.

Segundo o edital do concurso, a avaliação médica presencial estava prevista para a terça-feira (18) de janeiro de 2022, até o dia 21 daquele mês. No entanto, a etapa foi “suspensa por prazo indeterminado”.

Os candidatos alegaram que foram pegos de surpresa com a suspensão dos exames do concurso, que teve o primeiro edital publicado em 2020 e se estende até hoje. “Esse adiamento foi feito meio que de surpresa, ninguém esperava. Fiquei um pouco frustrado”, admitiu um dos concurseiros.

GPI (Grupo de Pronta Intervenção) da GCM durante o desfile de 26 de agosto, ilustrativa (Foto: Henrique Arakaki / Jornal Midiamax)

Apesar de não estar ansioso, ele afirmou à reportagem que é “mais um adiantamento em um concurso que já deveria ter colocado mais GCMs nas ruas”. Ele disse que todos os colegas candidatos ficaram chateados com a situação porque “não houve explicação antecedendo, foi em cima da hora”.

Outra candidata afirmou que todos são “a favor das medidas protetivas contra a Covid-19”, mas destaca que a suspensão “dificultou”. Lembrando das outras etapas que já foram adiadas devido à pandemia, ela destaca que estão “preocupados com o que pode vir com o desgaste”.

Mais adiamento

Grupo de aprovados no concurso para a Guarda Civil Metropolitana de Campo Grande estiveram, na quarta-feira (15) de junho de 2022, na Prefeitura de Campo Grande, para solicitar informações sobre o adiamento das próximas fases do concurso. Eles foram recebidos pelo secretário Municipal de Gestão, Agenor Mattiello. 

Na sexta-feira (10) de junho de 2022, foi publicada no Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande), a alteração nas datas dos eventos relacionados ao Curso de Formação Técnico-Profissional (6ª fase), porém não houve definição de novas datas. De acordo com o cronograma inicial, a previsão era de aula inaugural no dia 24 de junho. 

Em vídeo enviado ao Jornal Midiamax, pelos aprovados, é possível ver que o secretário de gestão ligou para um representante da Selecon, banca organizadora do certame. O representante justificou que o adiamento acontece, pois muitos candidatos, que não foram aprovados, entraram com ações judiciais. Isso poderia alterar a lista de convocados ou paralisar o curso de formação, caso fosse iniciado sem a resolução das decisões judiciais.

Déficit de efetivo e candidatos remanescentes

Conforme publicado no Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande), no dia 30 de maio de 2022.  Foram criados 1.750 (um mil e setecentos e cinquenta) cargos da Guarda Civil Metropolitana, que corresponderá até dezembro de 2025, ao efetivo da carreira. Ainda conforme o o diário, atualmente o efetivo atual da Guarda Civil Metropolitana é de 1.039 (mil e trinta e nove) servidores, com uma defasagem de 40,63%.

Ilustrativa (Foto: Marcos Ermínio / Jornal Midiamax)

O ex secretário de segurança pública de Campo Grande, Valério Azambuja, afirmou em 30 de julho de 2022, que um segundo curso de formação para os candidatos remanescentes – que estão aptos, mas não se enquadram no número de vagas desta turma – do concurso da GCM (Guarda Civil Metropolitana) deve acontecer até 2024, desde que o município tenha condições financeiras para a execução.

Em entrevista ao Jornal Midiamax, o titular da pasta de segurança pública do município foi questionado sobre a possibilidade de haver um segundo curso de formação, destinado aos candidatos que estão aptos e não foram convocados para a primeira turma. “Vai, está previsto para os remanescentes 2023, 2024. O concurso é valido por 2 anos e pode ser prorrogado. Havendo a disponibilidade orçamentária e financeira o município com certeza vai habilitar, e vai chamar só para fazer o curso de formação. Então, aqueles que estão classificados em 400,500 e 600 têm chances de serem chamados”, disse ele.

O Jornal Midiamax questionou a prefeitura de Campo Grande sobre o prazo para a nomeação de todos os formandos e a convocação para um novo curso de formação, devido ao déficit da corporação, mas até a publicação desta matéria não obtivemos retorno. O espaço segue aberto para posicionamento.  

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John Ashley, Observatório Nacional