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Cotidiano

Enxurrada que ‘engoliu’ calçada e interditou acesso a hospital é problema há 23 anos

Trabalhadores e pacientes precisam entrar por rua lateral
Karina Campos, Mirian Machado - Publicado em
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Destroços que a enxurrada levou (Foto: Henrique Arakaki, Midiamax)

O cenário visto na manhã desta quarta-feira (10) preocupa funcionários e pacientes que passam todos os dias pela entrada do Hospital São Julião, na Rua Lino Villacha, bairro Nova Lima, em Campo Grande. Segundo especialistas e trabalhadores, a tragédia estaria anunciada desde 2000, quando a região passou a sofrer com enxurrada severa toda vez que chove forte. Falta de drenagem é a principal reclamação de quem passa pelo local.

A enxurrada na tarde de terça-feira (9) fez com que o muro, parte do asfalto, calçada e alambrado da entrada cedesse e fosse engolido pela água. A estrutura não suportou o volume de água. O local está interditado para evitar acidentes. Portanto, os trabalhadores e pacientes estão utilizando um trecho improvisado atrás da entrada, em uma rua de terra. Com a chuva de ontem, o trecho acumula lama.

Superintendente de gestão do hospital, Jessyka Mendes diz que há um ano a unidade pede atenção da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), pois não seria novidade casos de alagamento e enxurrada. O local fica na parte baixa do bairro, com isso, a água desce com força do bairro Vida Nova, Nova Lima e Anache.

Ainda conforme a superintende da unidade, há 30 dias uma equipe de engenheiros calculistas foi contratada para elaborar uma avaliação da situação e encaminhar ao município, reforçando o alto risco de queda durante dias chuvosos, entretanto, o local cedeu antes mesmo da conclusão do projeto.

“É uma tragédia anunciada. Se não resolver vai voltar a ser o antigo buracão que tinha aqui. Em média, duas mil pessoas circulam aqui, incluindo moradores, funcionários e pacientes. Estamos passando na parte de trás [entrada do hospital], ontem choveu e não tem asfalto, ambulâncias e carros [correm] risco de atolar”, disse.

Ambulância passando por trecho improvisado (Foto: Henrique Arakaki, Midiamax)

A principal pontuação é a falta de drenagem ou uma medida definitiva na manutenção. Engenheiro do hospital, Cláudio Leite Gomes, alerta que há 23 anos a situação se repete. Foi necessária a construção de uma barragem de contenção, há três anos, entretanto, conforme as obras de pavimentação avançam nas ruas acima do hospital, a barreira não consegue ser suficiente para suportar a enxurrada.

“Essa barragem foi feita para minimizar os estragos, para a água passar por baixo da tubulação, percorra o caminho dentro do hospital e não caia na nascente. O ideal seria uma barragem maior, mas isso demanda tempo, dinheiro e segurança porque a barragem fica às margens da nascente”.

Trecho continua interditado

Estrutura cedeu em sete metros

O engenheiro indica o córrego conhecido como Koqueiro, além da área de preservação na entrada do hospital, sendo assim, seria necessário o aumento da contenção e barragem mais larga. As equipes mediram o buraco em quatro metros de profundidade e sete de largura, ainda há risco de ceder caso chova.

Segundo eles, a Sisep esteve no local ontem e nesta manhã, informando que, a princípio, será realizada a limpeza e em seguida uma análise profunda para manutenção. A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Campo Grande sobre as futuras obras e aguarda retorno.

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