Carta do Papa Francisco será entregue ao povo Kaiowá e Guarani durante homenagem a Marçal de Souza
Em 1980, Marçal discursou para o Papa João Paulo II sobre a dura realidade dos povos indígenas
Fábio Oruê –
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Uma carta escrita pelo Papa Francisco será entregue durante Assembleia Geral dos povos Kaiowá e Guarani em homenagem à Marçal de Souza Tupã’i, líder indígena que foi umas das vozes indígenas mais importantes do país.
O evento acontece desta quarta-feira (22) até sábado (25), em Caarapó e Dourados, em memória dos 40 anos do brutal assassinato de Marçal. Em 1980, a voz de Marçal marcou o Brasil e o mundo quando o líder Guarani Nhandeva discursou ao Papa São João Paulo II, denunciando a dura realidade dos povos indígenas do Brasil, direto de Manaus (AM).
Quarenta anos depois, os Guarani e Kaiowá receberão uma carta enviada pelo atual pontífice, Papa Francisco, em resposta a uma manifestação entregue a ele em maio deste ano. A carta, destinada à Aty Guasu, será entregue simbolicamente pelo bispo de Dourados, Dom Henrique Aparecido de Lima, representando a Igreja local, à Assembleia Geral dos Kaiowá e Guarani, no tekoha Kunumi Vera, em Caarapó, na sexta-feira (24).
Neste mesmo dia, será realizado também um ato em memória de outra importante liderança Kaiowá e Guarani que partiu recentemente, a rezadeira Damiana Cavanha, no tekoha Apyka’i. Em Dourados, no final da tarde, o grupo Teatro Imaginário Maracangalha apresentará a Memória martirial encenada: Vida e história de Marçal Tupã’i.
Programação
A semana começa com atividades lúdicas e exibições audiovisuais que homenageiam a memória de Marçal de Souza, nas escolas indígenas na Reserva Indígena de Dourados. As atividades nesta quarta e quinta-feira (23).
A atividade é realizada pela Aty Guasu – Grande Assembleia dos Povos Kaiowá e Guarani; Cimi (Conselho Indigenista Missionário); pelos familiares de Marçal de Souza; UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados); e MPF (Ministério Público Federal). Confira a programação completa clicando aqui.
Marçal de Souza
Marçal de Souza foi assassinado no dia 25 de novembro de 1983, com cinco tiros, em sua casa, na aldeia Campestre, no município de Antônio João. O caso, impune até hoje, continua sendo lembrado, principalmente pela luta do líder indígena pela remarcação de terras no Mato Grosso do Sul.
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