Em Campo Grande, venda de itens verde-amarelos ‘bomba’, mas procura por bandeira do Brasil é cautelosa

Conversando com o vendedor ambulante na Afonso Pena, muitos motorista afirmam que vão esperar a política passar para comprar a bandeira do Brasil, para evitar associação as eleições

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Bandeira do Brasil, Campo Grande
População tem evitado comprar bandeiras agora por conta das eleições, mas indicam que vão comprar para a copa do mundo (Foto: Nathalia Alcântara / Jornal Midiamax)

Um dos principais símbolos do país, a bandeira do Brasil está à venda na internet, nas gôndolas das lojas e até nas calçadas de Campo Grande. Mas, diferente de outros itens com as cores tradicionais, o que mais se nota é receio de adquirir um exemplar na cidade. Sintoma de tempos de polarização política?

Para o vendedor ambulante Willian Saffe Rodrigues, de 44 anos, sim. Ele conta que enquanto vende itens verde-amarelo na cidade, conversa com motoristas e percebe que os clientes estão preterindo as bandeiras justamente devido a essa associação em Campo Grande.

Trabalhando no cruzamento da avenida Afonso Pena com a Rua 14 de Julho, ele fica de segunda a sábado no local, vendendo pano de pratos, de chão, rosas e, agora, as bandeiras do Brasil.

“O pessoal está recusando, tem muita gente comparando com a política. Na sexta-feira passada (2), trouxe 10 e vendi só duas. Muita gente falou: ‘não vou pegar agora porque estão associando à política, mas acabando a eleição eu vou comprar com o senhor para usar na copa do mundo’”, relatou.

Bandeira do Brasil, Campo Grande
Willian Saffe Rodrigues utiliza uma bicicleta adaptada para levar os seus produtos (Foto: Nathalia Alcântara / Jornal Midiamax)

Enquanto isso, os outros produtos zeravam no estoque. “Os panos e as rosa estou vendendo bem, graças a Deus. Vendi todos os panos de prato hoje. E relativo, mas consigo tirar maias de um salário mínimo por mês”, disse ele.

Enquanto vende, Willian Saffe Rodrigues lida com a pergunta sobre em quem ele votará, mas a resposta é uma só. “Eu sou vendedor, não tenho partido. Pra mim, o que importa é fazer minhas vendas. Muita gente pergunta se sou Lula ou Bolsonaro, e eu falo que não tenho partido. Uma mulher até chegou a falar isso: Você está com o a rosa vermelha do PT e a Bandeira do Bolsonaro”, explicou.

Willian acredita que as vendas devem melhorar depois desse período eleitoral. “Na copa acho que vou vender bem”. Enquanto isso, continuam vendendo muito bem os outros produtos, até no PIX:

  • Pano de prato 4 po R$ 10,00
  • Pano de chão R$ 3 por 10,00
  • Uma Rosa R$ 20,00
  • Uma bandeira do Brasil R$10,00

O que pensam os motoristas

O Jornal Midiamax conversou com os motoristas que passavam na Afonso Pena para saber a opinião da população. No carro, o pintor automotivo Eduardo Garcia, de 33 anos, disse. “Se eu tivesse dinheiro compraria, porque sou patriota”, falou.

Pela janela do seu automóvel Helder Ramalho também falou que sim. “Compraria porque sou Brasileiro. Não associo patriotismo à política. Político não tem cor”, disse ele.

Também do seu veículo, a professora Jessiele de Oliveira lemes, de 37 anos, também disse que compraria a bandeira do Brasil. “Se eu tivesse dinheiro, sim. Por causa da Copa e porque sou professora, vou dar aula sobre a independência do Brasil. Mas, por política, jamais”, disse ela.

Bandeira do Brasil, Campo Grande
Panos de prato e rosas vendem bem (Foto: Nathalia Alcântara / Jornal Midiamax)

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