Campanha divulga Pix para ajudar famílias indígenas em Amambai

Campanha circula na internet para arrecadar doações para o povo Guarani Kaiowá

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Jovem indígena de 14 anos atingida por disparo de arma de fogo (Foto: Reprodução)

Internautas movimentam uma campanha para arrecadar doações para indígenas Guarani Kaiowá de Amambai, a 352 quilômetros de Campo Grande. Nas redes sociais, uma chave Pix é compartilhada.

O povo originário tenta retomar uma área em Amambai. Uma ação de policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul no território Guapoy, área de retomada dos Guarani Kaiowá resultou na morte do indígena Vitor Fernandes, de 42 anos.

O corpo de Vitor é velado na Aldeia de Amambai, que está em luto pela perda. A tradição é de que o corpo seja sepultado no local onde ocorreu a morte.

A cova já foi até mesmo aberta, porém, os indígenas temem não conseguir seguir o costume e que o sepultamento seja impedido. Segundo uma jovem Guarani Kaiowá, os indígenas temem novas ações policiais, porque “as polícias estão circulando ainda e estamos aguardando o Ministério Público”.

Campanha

Imagem divulgada nas redes sociais por internautas.

Assim, uma campanha foi criada nas redes sociais para ajudar o povo originário. “Se posicione contra o massacre do Povo Guarani Kaiowá!” circula pelos stories e feeds de várias do Facebook, Twitter e Instagram.

“Doe qualquer valor em apoio à família massacrada e morta!”, diz a imagem compartilhada. Além disso, a campanha pede que os internautas subam a #SOS_GuaraniKaiowa e divulgam o perfil da Aty Guassu, Assembleia Geral do povo Kaiowá e Guarani.

Ação em Amambai

Desde o dia 19 de junho, a aldeia indígena de Amambai, cidade a 352 quilômetros de Campo Grande, pedia apoio para providências na área de retomada, por questões de conflitos internos. Os problemas antecederam a invasão a uma propriedade rural no dia 23 deste mês e conflito com policiais militares, que resultou na morte do indígena. 

Já no dia 23, marco das primeiras movimentações na Fazenda Borda da Mata, ofício foi encaminhado para a Funai (Fundação Nacional do Índio), MPF (Ministério Público) e Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública). No pedido, foi reforçada a situação de conflito interno na aldeia.

A ação do Batalhão de Choque da Polícia Militar aconteceu após indígenas da etnia Guarani e Kaiowá retomarem uma parte do território de Guapoy, em Amambai. Os militares foram enviados à região e houve conflito. Pelo menos nove indígenas ficaram feridos e um acabou morrendo. Foi confirmada a morte do indígena Vitor Fernandes, de 42 anos. Três policiais militares tiveram ferimentos e foram atendidos no hospital da cidade.

Cimi (Conselho Indigenista Missionário) manifestou solidariedade à comunidade Kaiowá e Guarani do tekoha Guapo’y e aos familiares de Vitor Fernandes. Segundo o Conselho, Vitor foi “vítima de uma violenta e ilegal ação de despejo praticada pela Polícia Militar (PM) do estado de Mato Grosso do Sul no dia 24 de junho de 2022″.

Neste domingo (26), o MPF (Ministério Público Federal) deu um prazo de 72h para órgãos e entidades oficiais para o envio de informações sobre o confronto. Em nota, o MPF diz que uma perícia antropológica será feita na retomada Guapoy entre os dias 28 de junho e 1º de julho. A perícia será conduzida por analista em antropologia do ministério.

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