#Retrô21: Marcado pelo retorno presencial, educação em MS teve que lidar com a insegurança em 2021

Em 2021, após mais de um ano em casa, alunos puderam voltar para as salas de aula

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Um assunto muito debatido e que gerou controvérsias durante a pandemia do coronavírus foi a educação. Ensino remoto afeta a aprendizagem? Crianças e adolescentes se tornaram reclusos? Exposição da desigualdade? Foram muitas perguntas, mas poucas respostas. E se enganou quem pensou que, com a volta ao presencial, tudo voltaria ao normal.

As aulas presenciais voltaram, mas nem tudo voltou ao normal: uso de máscaras, distanciamento social, álcool em gel, escalonamento, cuidado redobrado com as crianças e muitos outros pontos. O primeiro semestre foi totalmente remoto nas escolas públicas, mas as escolas particulares tomaram a frente trazendo os alunos de volta às salas de aula já no começo do ano — com o ensino híbrido, que misturava online e presencial

A partir do início do segundo começaram as discussões sobre o retorno presencial na rede pública, que aderiu ao ensino híbrido e escalonado a partir do terceiro bimestre. Porém, o estilo durou pouco tempo e logo 100% dos alunos voltaram para a escola. Depois de mais de 500 dias com ensino remoto ou híbrido, as escolas estaduais retornaram com as aulas totalmente presenciais, a partir do dia 4 de outubro de 2021. 

Debates intensos

A decisão do governo de Mato Grosso do Sul pela volta compulsória às aulas na rede estadual de ensino dividiu opiniões de pais de alunos e desagradou a muitos deles. De um lado, pais preocupados com uma possível infecção dos filhos na escola e do outro, professores sobrecarregados com o planejamento dobrado, já que precisavam fazer a mesma aula para os alunos que iam presencialmente e para os que estavam em casa. 

Na época, em setembro, a técnica de contabilidade, Andrea de Souza Monfort, que tem filhos matriculados na Escola Henrique Ciryllo Corrêa, na Vila Rica, acreditava que ainda não era o momento para obrigar os alunos a voltar às salas. “Estamos preservando a saúde da minha família, meu tio é diabético. Nós estamos vacinados, mas as crianças ainda não”, argumentou.

A medida atendeu a um pedido da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de MS), que se posicionou contra o ensino híbrido. “Tinha que ser ou presencial alternada, ou remota. Somos contrários à dupla jornada. Não pode aumentar a carga horária”, pontuou o presidente da entidade, Jaime Teixeira.

(Leonardo de França/ Jornal Midiamax)

 

‘Rendimento caiu’

Não há como negar que muitos dos alunos não tiveram o desenvolvimento esperado depois de mais de um ano estudando em casa. A aluna do 3º ano do Ensino Médio, Stefani Yamazaki, de 17 anos, disse que suas notas sempre foram satisfatórias. Mas que, depois dos novos métodos a distância, seu desempenho caiu muito.

“Meu rendimento baixou muito. A compreensão dos conteúdos, querendo ou não, é bem mais complicada sem ter o contato direto com o professor. Por mais que nós tínhamos o e-mail dos professores para tirar dúvidas, não se compara com o bate e volta de perguntas na sala de aula”, avaliou Yamazaki, em agosto. 

Para recuperar o ‘tempo perdido’, os alunos da rede estadual passaram por uma espécie de reforço e poderiam ter aulas até nas férias, se necessário — o programa da SED se chama ‘Recomposição de Aprendizagem’

Para ajudar os alunos a correr atrás do prejuízo, as escolas poderiam fornecer aulas no tempo disponível, desde o contraturno, período noturno, finais de semana e até mesmo nas férias.

Mais de R$ 600 mil…

Sem mais necessidade de fazer as aulas pela televisão ou pela internet, muitos dos serviços contratados não iam mais ser necessários. Porém, a conta chegou em todos esses meses.

A lei federal que permitia gastos emergenciais com dispensa de licitação foi usada para viabilizar o Ensino a Distância oferecido pelo Estado que, embora conte com uma emissora pública própria (a TVE Cultura MS, que ainda está em processo de expansão do sinal para o interior), optou pela contratação da Rede MS Integração de Rádio e Televisão.

No acordo, dois dos três canais digitais da emissora passaram a veicular videoaulas da Rede Estadual de Ensino. Neste caso, a dispensa de licitação viabilizou um contrato de R$ 663.955,65 por trimestre de transmissão.

Foto: Divulgação

 

Retorno cheio de regras

A volta às aulas aconteceu com várias regras que deviam ser seguidas por alunos e comunidade escolar. O regramento ia desde horários escalonados na entrada dos alunos, passando pela obrigatoriedade de uso de máscara e aferição da temperatura, até o distanciamento entre carteiras e filas marcado no chão.

Os professores passaram por capacitação para esclarecer a execução das normas de biossegurança. A lavagem das mãos e demais cuidados com a higiene pessoal e do ambiente também foram orientações comuns nas dependências das escolas, assim como o uso de álcool. Até os pais foram orientados sobre algumas medidas para garantir a integridade dos filhos. 

Conforme publicado em decreto, as instituições deveriam comunicar imediatamente a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) sobre casos de infecção pelo coronavírus. Em caso de surtos da covid-19 entre alunos, a escola deveria suspender as atividades da turma em que ocorreram os casos.

2022

Depois de um 2021 começando de forma remota, as aulas voltam em MS totalmente presenciais no ano letivo de 2022 — pelo menos, é o que as secretarias de educação já estão planejando. Os estudantes matriculados nas escolas da REE (Rede Estadual de Ensino) terão como data para o início das aulas o dia 3 de março de 2022, de acordo com o calendário escolar.

Os alunos da Reme (Rede Municipal de Ensino) também já têm uma data prevista para voltarem às salas de aula em 2022. Conforme o Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande), os estudantes retornam no dia 14 de fevereiro do ano que vem.

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