Dia do estudante: apesar das dificuldades, alunos aprendem lições com a pandemia
Estudantes do ensino regular revelaram que o desempenho caiu durante a pandemia
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Nesta quarta-feira (11), faz 94 anos que é comemorado o Dia do Estudante no Brasil. O reconhecimento desse público se remonta ao ano de 1827, quando o imperador Dom Pedro I permitiu que a Faculdade de Direito de Olinda, em Pernambuco, e a Faculdade de Direito do Largo do São Francisco, em São Paulo, fossem criadas no País.
Desde então, o dia 11 de agosto é considerado uma data especial ao estudante brasileiro. Na atual crise sanitária que o mundo vivencia, saber das experiências vividas por essa parcela da população diz muito sobre seus desafios e expectativas.
Em Campo Grande, alunos que passaram por esses acontecimentos puderam relatar como é estudar antes, durante e após as aulas remotas durante a pandemia do novo coronavírus.
A aluna do 3º ano do Ensino Médio, Stefani Yamazaki, 17, disse que suas notas sempre foram satisfatórias. Mas que, depois dos novos métodos a distância, seu desempenho caiu muito.
“Meu rendimento baixou muito. A compreensão dos conteúdos, querendo ou não, é bem mais complicada sem ter o contato direto com o professor. Por mais que nós tínhamos o e-mail dos professores para tirar dúvidas, não se compara com o bate e volta de perguntas na sala de aula”, avaliou Yamazaki.
A estudante comenta ainda que existe uma diferença considerável entre as aulas ministradas online e presencialmente. “Eu gostei [do remoto], mas senti muita falta do presencial. A diferença entre o ensino no EAD (Ensino a Distância) e no presencial é discrepante, fora que o contato direto com o professor é essencial e faz muita falta”, concluiu.
O sentimento de que a aprendizagem a distância é insuficiente acaba sendo comum para muitos. Nicole Camilo, 17, também do 3º ano, afirmou que não teve queda no rendimento escolar, mas que apresentou dificuldades em aprender.
“Antes, meus resultados eram consideravelmente bons. Durante a pandemia, as notas continuaram boas, porém não consegui aprender quase nada. Eu não conseguia focar em nada. Quando eu realizava alguma atividade, era só porque eu precisava mesmo”, disse Nicole.
Sobre o retorno às aulas presenciais, Camilo avalia que o momento é favorável ao seu desempenho. “Está sendo uma experiência boa. Ainda é complicado por conta do distanciamento, mas eu já consegui ver algumas diferenças positivas em relação ao meu aprendizado em apenas uma semana de aula”.
Retorno presencial no município
No ensino fundamental, nível atendido pela Reme (Rede Municipal de Ensino), as aulas nas escolas voltaram a acontecer há duas semanas. As gêmeas Ana Julia Gomes e Maria Paula Gomes, 11, estudam no 7º ano e compartilham as experiências durante a pandemia.
“Está sendo bom voltar às aulas mesmo que não sejam totalmente presenciais, estamos indo à escola uma semana sim e outra não. Sempre tivemos boas notas antes da pandemia e, durante, não houve um critério de avaliação. As notas foram dadas com base nas apostilas que fazíamos”, revelaram as meninas.
Embora muitos não tenham se adaptado à nova realidade remota, eles tiveram lições com o inédito cenário de estudos.
“Aprendi a ter foco e resiliência. Por mais que a escola ajudou o máximo que conseguiu para a minha educação, eu tenho consciência de que se eu não tivesse feito a minha parte e me esforçado um pouco mais, além do normal, eu não conseguiria ter acompanhado as atividades remotas”, ponderou Stefani Yamazaki.
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