Mesmo com decisão favorável do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) para reabertura de templos religiosos em Campo Grande, parte deles deverá permanecer com portas fechadas, sobretudo templos evangélicos, e com transmissão on-line das celebrações.

A Arquidiocese de decidiu tornar facultativa a abertura dos templos, mas já pontuou que a principal recomendação é transmissão on-line das celebrações, principalmente porque a decisão judicial proíbe que pessoas em grupos de risco possam participar presencialmente. Assim, às paróquias que decidirem abrir as portas, há recomendações e restrições.

Dentre elas que todos possam lavar as mãos no início e final das celebrações e distanciamento mínimo entre as pessoas. Casa templo só poderá ter 30% da lotação máxima e os ambientes precisam estar abertos, sem ar condicionado. A de proteção é fortemente indicada a todos.

Uma das que já retomou celebrações presenciais foi a paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, no bairro Santo Antônio. Além das medidas obrigatórias, só poderá participar quem estiver trajando máscaras. Todas as celebrações, porém, contam com transmissão ao vivo pelas redes sociais.

Já o Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no bairro Amambaí, permanecerá de portas fechadas. A justificativa é por conta do grande número de frequentadores – estimados em 25 mil – o que tornaria as medidas de isolamento praticamente inócuas. Assim, missas e a tradicional novena continuarão com transmissão on-line e pela TV.

também tradicional na cidade, a Primeira Igreja Batista de Campo Grande decidiu por manter as portas fechadas. Um comunicado aos fiéis traz que as restrições para realização presencial dos cultos tornou inviável a reabertura, de forma que as atividades vão permanecer suspensas.

“Sendo assim, visando a proteção de todos, manteremos nossas atividades presenciais suspensas até momento oportuno, mediante determinação de nossas autoridades”, disse o pastor Gilson Breder, presidente da congregação. “O templo está fechado, mas a Igreja continua aberta em cada casa, tendo cada crente em Cristo como um ministro do Evangelho, atuando pelo bem do Reino de Deus”, completa.

Na comunidade El Shaddai, que tem público estimado em 1,5 mil fiéis, até chegou a se cogitar a realização de mais cultos ao longo do dia. Porém, a congregação avaliou que seria muito desgastante e muitos, ainda, acabariam não vindo por serem de grupos de risco. Devido a isso continuam com os cultos on-line.

A dinâmica da comunidade, a propósito, foi substancialmente alterada. Além dos cultos virtuais, as reuniões de Cé, tradicionais às quintas-feiras, ganhou nova logística. Antes, os cerca de 300 líderes se reuniam nas próprias residências, em grupos que variavam de 5 a 30 participantes. Agora, com a restrição de aglomerações, um dos pastores reune todos os grupos on-line.

Na Assembleia de Deus de Campo Grande, as duas formas serão praticadas. “Vamos abrir os templos, respeitando as limitações e tudo que foi pedido sobre distanciamento, sobre padrão de limpeza, uso de máscaras e de álcool em gel”, explica o Pastor Erick Castro, secretário executivo da Assembleia de Deus.

“Tem templo que poderá ter 3 fiéis por celebração, tem outros que poderão receber 50. Tudo vai depender da metragem de cada lugar. Temos mais de 100 pela cidade”, acrescenta o pastor. “Mas, vamos continuar com os cultos on-line, porque as pessoas que são dos grupos de risco não podem cultuar”, conta.

A reportagem acionou a Igreja Universal do Reino de Deus em Campo Grande, mas não recebeu resposta. Porém, nas redes sociais, a congregação postou que, devido as determinações municipais, “a Igreja continuará mantendo à higienização dos fiéis e distâncias entre assentos, as pessoas estarão sentadas distantes em um espaço de 10 metros”.

(Colaboraram Ana Paula e Marcos Ermínio)