Manifestantes bolivianos suspendem bloqueio, mas prometem retomar fechamento de estrada na fronteira

Estrada Bioceânica foi fechada na região de Puerto Suárez em meio a protesto para estruturar hospital no lado boliviano da fronteira.

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Manifestantes bolivianos que cobram investimentos do país vizinho na Saúde da província de German Busch, na fronteira com Mato Grosso do Sul, suspenderam na quinta-feira (16) o bloqueio da Estrada Bioceânica na região de Puerto Suárez e permitiram a passagem de veículos de carga. Contudo, a promessa é de novamente suspender o tráfego pesado na região.

O bloqueio teve início há cerca de 10 dias, tendo como pano de fundo a falta de investimentos no Hospital San Juan de Dios, em Puerto Suárez, existente há 10 anos e referência para toda a região da fronteira, mas que ainda aguarda ser devidamente equipado. Antes, moradores da região buscavam auxílio em Corumbá –a 419 km de Campo Grande–, porém, com o fechamento da fronteira por conta da pandemia de coronavírus, só contam com a rede de Saúde de Santa Cruz de La Sierra, a 600 km dali, para atendimentos de maior complexidade.

A Estrada Bioceânica foi fechada como foram de tentar chamar a atenção do Governo da Bolívia. Com isso, caminhoneiros dos dois países ficaram impedidos de seguir viagem –embora a fronteira esteja fechada, o tráfego de cargas segue liberado a fim de evitar o desabastecimento. Dezenas de motoristas não conseguem seguir viagem no país vizinho, enquanto em Corumbá a fila de veículos em direção à Bolívia aumenta a cada dia.

Presidente do comitê cívico do Distrito de Arroyo Concepción, Antonio Chavez Mercado contou ao Diário Corumbaense que a fronteira deveria continuar aberta para o tráfego pesado nas próximas horas, podendo ser fechada novamente dependendo do resultado de uma reunião com o vice-ministro da Saúde.

“Depois da reunião é que teremos um parecer, se iremos seguir com a fronteira aberta ou se ela volta a ser fechada para este setor”, explicou Chavez Mercado, reforçando que o bloqueio segue na Bioceânica, em Puerto Suárez. Os manifestantes abriram os pontos de fechamento em dias diferentes por cerca de 2 horas.

O caminhoneiro Rogério Antônio Bassetto, morador de Corumbá e que ficou mais de 8 dias na fila de caminhões do lado boliviano, conseguiu voltar para casa após a reabertura da fronteira em Puerto Suárez, mas a pé. Ele deixou o veículo no bloqueio e tentaria retornar ao local com a reabertura para realizar a travessia.

O bloqueio também chegou ao transporte ferroviário.

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