Escolas particulares pressionam retorno, apesar de transmissão do Covid acima de 1 em MS

As escolas particulares de Campo Grande vão pressionar o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) a retornarem às aulas presenciais com 30% dos alunos a partir do dia 10  de setembro. Está marcada para a tarde desta quinta-feira (3) a reunião para discutir o assunto. A reportagem do Jornal Midiamax apurou que as instituições […]

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As escolas particulares de Campo Grande vão pressionar o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) a retornarem às aulas presenciais com 30% dos alunos a partir do dia 10  de setembro. Está marcada para a tarde desta quinta-feira (3) a reunião para discutir o assunto.

A reportagem do Jornal Midiamax apurou que as instituições irão fazer uma proposta para o MPMS e prefeitura. O presidente da CDL (Câmara dos Dirigentes Lojistas), Adelaido Vila, disse que “a ideia é o retorno de 30% dos alunos mediante autorização dos pais. Essa é a nossa expectativa”, informou.

O problema é que Mato Grosso do Sul está entre os estados com as maiores taxas de transmissão do coronavírus. Assim, não é possível prever quando haverá uma queda no número de casos no Estado. Conforme a plataforma Covid-19 Analytics, MS tem taxa de transmissão de 1,09, o terceiro maior índice entre os estados do país – atrás apenas de Rio de Janeiro e do Tocantins. A taxa de transmissão é importante para revelar para quantas pessoas um paciente infectado transmite o vírus.

A prefeitura de Campo Grande, por meio do procurador-municipal, Alexandre Avalo, informou que o posicionamento do município é de que as “aulas só devem retornar quando houver estabilização dos casos e absoluta segurança para a saúde das crianças”.

Em São Paulo, por exemplo, que já está com registro de queda no número de casos há semanas, apenas cinco municípios retornaram. Ainda assim, nove cidades da Grande São Paulo já confirmaram que aulas só em 2021.

No Amazonas, 21 dias após o retorno das aulas presenciais do ensino médio da rede estadual, 342 professores foram infectados com Covid-19, segundo a Fundação de Vigilância de Saúde.

Em todos os países, são flexibilizadas gradualmente as atividades quando a taxa fica abaixo de 1. Mesmo assim, a volta às aulas presenciais ainda é tema controverso, pois as crianças podem ficar assintomáticas, não desenvolver complicações, podendo transmitir o novo coronavírus silenciosamente no ambiente escolar e familiar.

Pais e entidades contra retorno

O retorno dos alunos nas escolas em meio à pandemia gera preocupação a pais e entidades de educação.Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul) defende que o retorno seja somente em 2021 e com os protocolos estabelecidos pela OMS (Organização Mundial de Saúde).

“A maioria das entidades ligadas à educação em MS são contra o retorno em 2020”, declarou o presidente da entidade, Jaime Teixeira.

Com maioria contra levar os filhos para a escola em plena pandemia, pais de alunos criaram até um grupo no Facebook para protestar contra o retorno: “Ano Letivo se recupera ,Vidas Não!!! MS”.

O membro Lairson Palermo defendeu “criar um forte Movimento para impedir esta irresponsabilidade com nossas crianças e com a saúde coletiva agora”.

A notícia de que, nos Estados Unidos, 820 alunos foram para quarentena após retorno das aulas naquele país foi compartilhada e gerou mais um alerta feito por membros do grupo.

Mykael Vitor Alves lembrou a situação dos leitos na cidade. “Imagina em um momento que falta leitos na cidade, começar um novo aumento causado pelo retorno às aulas”.

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