Efeito pandemia: famílias de crianças atendidas pela Apae sofrem com ‘regressão’ em tratamento
“Retrocedeu tudo que já havíamos conquistado”: Este é o relato de Roseney Rosa, mãe de um menino de 6 anos que há meses não recebe assistência da Apae de Campo Grande (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais). Ainda sem previsão para o retorno total das atividades na unidade, a Apae informou que os atendimentos […]
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“Retrocedeu tudo que já havíamos conquistado”: Este é o relato de Roseney Rosa, mãe de um menino de 6 anos que há meses não recebe assistência da Apae de Campo Grande (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais). Ainda sem previsão para o retorno total das atividades na unidade, a Apae informou que os atendimentos no Centro Médico e de Reabilitação continuam parcialmente.
“[…] faz uso de medicação, mas só os remédios não estão resolvendo; está muito agressivo; está fazendo até uso de fraldas novamente”, disse Roseney ao Jornal Midiamax.
Segundo a instituição, os atendimentos presenciais são de prioridade do paciente que precisa continuar o tratamento para não apresentar regressão no quadro clínico. A associação utiliza as escalas de classificação da OMS (Organização Mundial de Saúde) e Ministério da Saúde.
Porém, eles têm “adotado um critério de elegibilidade, para os usuários com severo comprometimento funcional, que consiste na presença da figura do responsável familiar ou cuidador familiar”.
No caso de José, filho de Roseney, seu último atendimento foi em março e desde então, segundo ela, não recebe nenhuma orientação médica, nem mesmo remotamente. “Estou passando momentos difíceis com ele”, contou. “Ele bate a cabeça na parede e me agride”, continuou.
O mesmo aconteceu com João Wictor, de 10 anos, que também foi atendido em março. Sua mãe, Josy Mary Santos, contou ao Jornal Midiamax, que a falta de acompanhamento tem o deixado agitado e nervoso.
“Ele faz tratamento, em terapias e com médicos como psiquiatra, neuro, pediatria e ortopedista”, disse. Além de Transtorno de Espectro do Autismo, João tem convulsão e epilepsia.
Josy revelou que, depois de meses, a associação entrou em contato para marcar um atendimento com um oftalmologista.
Atendimento a sequelados da Covid-19
Nesta terça-feira (22), o Centro Especializado em Reabilitação da Apae está iniciando o atendimento no ambulatório para pacientes com sequelas do coronavírus.
A nova unidade disponibiliza reabilitação e cuidados paliativos para pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) que tiveram problemas cardiorrespiratórios e neurológicos, em consequência da Covid-19, que comprometem o desempenho físico.
Em parceria com a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), a equipe multiprofissional é composta por Médico Fisiatra, Médico Cardiologista, Médico Pediatra, Médico Neurologista, Fisioterapeuta, Nutricionista, Psicólogo, Assistente Social e Fonoaudiólogo.
Está abertura foi criticada pelas mães, que estão tendo problemas com os filhos que estão há meses sem acompanhamentos.
A Apae respondeu que este atendimento para pacientes que tiveram o coronavírus já acontece desde o início da pandemia e que agora a prefeitura da Capital está organizando o fluxo de regulação para melhorar o acesso dos pacientes para a unidade.
Além disso, o Centro de Reabilitação também recebeu novos equipamentos (ventilometria, fluxometria, respirador mecânico, monitor cardíaco dentre outros) para atender a demanda. (Matéria alterada às 20h00. A foto utilizada anteriormente era do Centro de Educação Especial Girassol CEDEG/APAE)
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