Após suspeita de coronavírus, prefeitura faz batida em callcenter e descobre alvará vencido
Fiscais da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) e da Sefin (Secretaria Municipal de Finanças e Planejamento), da Prefeitura de Campo Grande, encontraram alvará de funcionamento vencido na unidade de callcenter da BTCC Conexão Cliente localizada no cruzamento da Rua Maracaju com a Rua Rui Barbosa, no centro, durante vistoria realizada na […]
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Fiscais da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) e da Sefin (Secretaria Municipal de Finanças e Planejamento), da Prefeitura de Campo Grande, encontraram alvará de funcionamento vencido na unidade de callcenter da BTCC Conexão Cliente localizada no cruzamento da Rua Maracaju com a Rua Rui Barbosa, no centro, durante vistoria realizada na tarde desta quinta-feira (19).
Por este motivo, a empresa foi notificada pela Sefin a se readequar. Além disso, deverá apresentar plano de trabalho que se enquadre nas normas do decreto n.º. 14.199, publicado pelo prefeito Marquinhos Trad no Diário Oficial do Município. A fiscalização terminou por volta das 15h30 e em seguida as equipes seguiram para outra unidade da empresa, na Vila Rica.
A ação foi deflagrada pelo Executivo após descoberta de que uma funcionária do callcenter do centro poderia estar contaminada pelo coronavírus (Covid-19). Por este motivo, alegando risco à saúde, trabalhadores se recusaram a entrar, como forma de protesto. Eles alegaram que a empresa não oferece estrutura e que não está preparada para protegê-los de forma adequada da pandemia.
“Tenho filho pequeno em casa, então como vou vir trabalhar e voltar para a casa sem saber se estou oferecendo risco de transmissão a ele”, disse uma das trabalhadoras que não quis se identificar. “A gente não tem nenhuma estrutura que nos dê segurança aqui”, disse outra funcionária. As reclamações apontam também que não há, por exemplo, álcool em gel disponível para higienização das mãos.
Além disso, os trabalhadores ficam confinados, em cerca de 30 a 40 centímetros de distância um do outro, bem como dividem equipamentos com colegas de outros turnos. Em um dos andares, por exemplo, cerca de 300 pessoas chegam a dividir o mesmo espaço. Diante deste cenário, todos eles ficaram preocupados depois de que uma colega se afastou por motivo de doença, supostamente com coronavírus.
Outra reclamação seria de que a empresa não aceita mais atestados médicos do SUS (Sistema Único de Saúde), validando apenas documentos de hospitais particulares. O secretário da Semadur, Luís Eduardo Costa, afirmou que todas as condições da empresa serão averiguadas. “A empresa poderá ser notificada e terá que atender às recomendações do decreto desta quinta-feira”, explicou o secretário.
Decreto
Pelo decreto n.º. 14.199, o funcionamento de call centers e similares deverá ser feito com no máximo 20 operadores trabalhando simultaneamente. Também foi determinada que seja mantida distância mínima de dois metros um do outro. A medida é assinada pelo prefeito Marquinhos Trad (PSD) e acrescenta o inciso VIII ao artigo 20 do decreto de situação de emergência, que recomendou o fechamento de shoppings centers e limitou a lotação em bares e restaurantes.
O que diz a empresa
Em nota encaminhada à reportagem, a empresa afirmou que adotou medidas em razão da pandemia de coronavírus. Confira a nota na íntegra:
A BTCC Conexão Cliente esclarece que não existe nenhum colaborador da empresa contaminado pelo coronavirus. É objetivo principal da BTCC proteger a saúde de seus colaboradores e assegurar a continuidade dos serviços prestados que são essenciais a população como atendimentos em áreas da Saúde, Segurança, Telecomunicações, Energia e demais órgãos como Governo e instituições públicas.
Para garantir que esses serviços essenciais continuem sendo prestados à população nesse momento de avanço do Covid-19, a BTCC adotou as seguintes medidas: intensificação da higienização dos ambientes comuns e postos de trabalho individuais; uso do home office nas atividades em que é possível do ponto de vista técnico e realização de trabalho remoto ou férias pelos trabalhadores com sessenta anos ou mais, com doenças cardíacas, diabete ou outras doenças graves e gestantes. A empresa esclarece que está atenta e cumprindo todas as recomendações orientações da OMS (Organização Mundial da Saúde) e das autoridades de saúde brasileiras.
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