No primeiro dia de horário estendido, médicos esperam por pacientes nas UBSFs

Uma situação muito comum no atendimento de saúde pública em Campo Grande é ver uma fila de pacientes à espera de médicos que se atrasam e nunca chegam. Pois é, parece que o jogo virou e no primeiro dia de horário estendido nas UBSF (Unidades Básicas de Saúde da Família) da Capital, foram os médicos […]

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Uma situação muito comum no atendimento de saúde pública em Campo Grande é ver uma fila de pacientes à espera de médicos que se atrasam e nunca chegam. Pois é, parece que o jogo virou e no primeiro dia de horário estendido nas UBSF (Unidades Básicas de Saúde da Família) da Capital, foram os médicos que ficaram à espera dos pacientes.

O Jornal Midiamax foi a duas das oito UBSFs da Capital que tiveram o horário ampliado a partir desta segunda-feira (7). Com a medida, os locais atendem sem intervalo para o almoço, das 7h às 19h. As primeiras UBSFs a passarem pela medida são: Moreninha, Nova Bahia, Vila Fernanda, Vila Nasser, Santa Carmélia, Jardim Botafogo, Iracy Coelho e Los Angeles, além da Portal Caiobá que já teve o atendimento ampliado implantado.

Para os funcionários dos locais, ainda falta uma divulgação da mudança, já que muita gente ainda não está ciente. Para os profissionais, os pacientes ainda ficam receosos de aparecer e dar com a porta na cara. Eles acreditam que com mais informação, os pacientes devem procurar o atendimento no novo horário ao longo da semana.

O Jornal Midiamax foi às UBSFs Vila Nasser e Santa Carmélia. Nos dois locais, nos bancos estavam vazios e os médicos estavam apenas esperando um paciente para atender. A única paciente encontrada pela reportagem foi na UBSF Santa Carmélia.

Marisa Rodrigues da Silva, de 28 anos, afirma que soube que as unidades teriam o horário ampliado, mas não tinha certeza se a UBSF perto de casa seria incluída na mudança. “Eu acho que o pessoal ainda está com o pé atrás, eu mesmo não sabia qual unidade poderia atender agora no horário de almoço. Eu arrisquei e vim, ainda bem que estava funcionando mesmo”, conta.

A paciente conta que valeu a pena procurar a unidade ao meio dia e diz que se surpreendeu com a rapidez no atendimento. “Não tinha ninguém e o médico estava ali esperando. Me avaliaram e eu logo fui encaminhada para a consulta. Agora estou saindo e depois volto para fazer exames, foi bem rápido”, comemora.

Os funcionários dos locais explicam que a ampliação do horário de atendimento é uma tentativa de desafogar as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento). Segundo eles, muita gente procura um serviço de urgência mesmo estando com uma classificação de risco azul ou verde. A prioridade das UPAs é atender pacientes em classificação vermelha, enquanto as UBSFs atendem pacientes em classificação amarela, azul e verde.

Como ser atendido na UBSF?

Uma pesquisa divulgada pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) mostra um número expressivo de pacientes atendidos nas unidades de urgência classificados como azul e verde, ou seja, de menor gravidade que, em tese, poderiam ter o caso resolvido na Atenção Básica. Por isso, é importante que os pacientes procurem unidades básicas para os atendimentos de menor urgência.

Ao chegar na UBS ou UBSF, o paciente é recepcionado por uma profissional que conhece todo o funcionamento da unidade de saúde, sendo encaminhado para os respectivos setores. Caso não tenha uma consulta agendada, a necessidade deste paciente é ouvida e avaliada a gravidade.

Em situações de atendimento imediato, os profissionais se mobilizam para prestar o atendimento adequado e em situações graves encaminham o paciente para a UPA. Se o caso for classificado como prioritário, o paciente será estabilizado e atendido pelo médico ou enfermeiro no intervalo entre as consultas programadas. Se o caso for mais simples, o paciente terá a consulta agenda para o mesmo dia. Após o atendimento necessário o paciente será orientado, encaminhado e receber as orientações necessárias para a continuidade do tratamento, com oferta dos vários serviços oferecidos na unidade.

Se o problema for agudo, o paciente é encaminhado para uma equipe que estará preparada para classificar a gravidade da necessidade, ou seja: se necessita de atendimento imediato, prioritário ou pode ser atendido no mesmo dia. Essa classificação de risco visa determinar enquanto tempo ele será atendido.

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