Corte de verba obriga escola a vender cachorro quente para arrecadar dinheiro
Trocar o lanche diário para a venda de cachorro quente com a intenção de arrecadar dinheiro para o pagamento de contas, compra de toner e papéis para impressões. Esta é a situação que supostamente estaria sendo vivenciada por uma escola estadual na cidade de Dourados, distante a 225 quilômetros de Campo Grande, que sofre com […]
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Trocar o lanche diário para a venda de cachorro quente com a intenção de arrecadar dinheiro para o pagamento de contas, compra de toner e papéis para impressões. Esta é a situação que supostamente estaria sendo vivenciada por uma escola estadual na cidade de Dourados, distante a 225 quilômetros de Campo Grande, que sofre com o corte de verba de manutenção feita pelo Governo do Estado.
O corte faz com que a arrecadação, que poderia servir para outros afins na escola, passe a ser prioritário nas principais demandas.
A denúncia partiu de alguns educadores que optaram por não ter o nome divulgado e eles contam que as rifas que supostamente são vendidas, acontecem de 10 a 15 vezes durante o ano. Professores seriam “obrigados” a vender e os alunos precisariam comprar os números. A rifa contém cerca de 40 números e por algumas vezes, o ‘prêmio’ é um acréscimo de 2 pontos na média em qualquer disciplina. Bicicletas, tablets e cestas também são sorteados.
O lanche que seria servido durante o intervalo é substituído pela venda do cachorro quente. Conforme denunciado, os professores estariam sendo forçados a ajudar na venda e caso optem por não colaborar, a represália seria a não renovação do contrato para o próximo ano.
Nesta semana, a direção emitiu um comunicado por meio de um grupo de WhatsApp onde vários pais e mestres estão reunidos. “A APM estará vendendo cachorro quente com intuito de arrecadar fundos para compra de toner para xerocar provas, pagar a internet da escola”, dizia a mensagem no grupo.
No balanço financeiro referente as vendas que aconteceram no dia 28 de março, a escola arrecadou pouco mais de R$ 2,6 mil, enquanto as despesas somaram R$ 1,1 mil. A unidade lucrou mais de R$ 1,5 mil para fazer a compra dos materiais, pagamento de contas e etc.
A reportagem entrou em contato com a escola e com a SED (Secretaria de Estado de Educação) e até o fechamento desta matéria, não foi possível obter retorno.
Operação Nota Zero
A denúncia coincide no dia em que a Polícia Federal e a CGU (Controladoria-Geral da União) deflagraram a “Operação Nota Zero” na SED-MS (Secretaria de Estado de Educação) que investiga esquema de corrupção agindo em licitações da secretaria estadual para fraudar licitações de construção e reforma de escolas estaduais.
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