Com um enfermeiro para cada seis internados, espera no HRMS passa de 6h

O setor de oncologia do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) está há pelo menos dois dias com metade do número de enfermeiros necessários para atender os 27 internados. Segundo denúncias, os pacientes ficam nos corredores por mais de seis horas.

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Segundo os servidores é uma média de seis pacientes por enfermeiro.
Segundo os servidores é uma média de seis pacientes por enfermeiro.

O setor de oncologia do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) está há pelo menos dois dias com metade do número de enfermeiros necessários para atender os 27 internados. O ideal seriam pelo menos seis funcionários, mas apenas três estão disponíveis para a demanda. Segundo denúncias, os pacientes ficam nos corredores por mais de seis horas.

“Temos pacientes nos corredores da enfermaria, que eram para ficar duas horas só e passam a noite inteira”, diz uma enfermeira que trabalha no local. Os trabalhadores do setor acreditam que além da sobrecarga dos funcionários, os principais afetados são os pacientes.

“Com três funcionários para 27 pacientes, é difícil dar um atendimento de qualidade, você consegue cuidar só da dor, mas todos os cuidados necessários é impossível”, explica um dos funcionários. “Os pacientes pagam os impostos, eles merecem os direitos deles e o governo não está fazendo isso”.

Com um enfermeiro para cada seis internados, espera no HRMS passa de 6h
Segundo os servidores é uma média de seis pacientes por enfermeiro.
Foto: Reprodução/ WhatsApp.

Além da falta de funcionários, os servidores do HRMS lembram que alguns dos elevadores não funcionam, causando transtorno na rotina dos pacientes. Segundo os enfermeiros do setor, também faltam cadeiras para os acompanhantes dos pacientes, que ficam nos corredores e sem nenhum equipamento de ventilação, como ventiladores.

Novas contratações

Os enfermeiros cobram as novas contratações que o HRMS estaria analisando. “Nós temos o dever de fazer 60h e agora a diretoria nos chamou para dizer que vai nos liberar para 96h, ou seja, quer fazer que os funcionários trabalhem dobrado porque o Governo não quer contratar”, disse um dos servidores.

O presidente do Coren-MS (Conselho Regional de Enfermagem do Estado de Mato Grosso do Sul), Sebastião Júnior, comentou que estão “em rito de interdição ética no Hospital Regional por escassez de profissionais de enfermagem”.

Segundo o presidente do Sintss-MS (Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social em Mato Grosso do Sul), Ricardo Bueno, cerca de 23 técnicos de enfermagem serão contratados pelo Governo. “De forma irregular novamente, pois tem o concurso autorizado desde 2017 e ele não fez”, lembra.

Em pronunciamento, o assessor do HRMS, Wagner Garcia disse que “nesse período de dezembro, desses quinze dias, é complicado por que tem servidor de férias, com licença, que pediram exoneração, então realmente acontece essa sobrecarga”. Segundo o assessor, “os pacientes também tem que entender que qualquer hospital que você vai nesse período [final de dezembro] vai ter espera, em qualquer repartição pública e privada também”.

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