Mesmo com Ecoponto, moradores insistem em descartar lixo em terrenos baldios

Seis meses após ser inaugurado, o Ecoponto Panamá recebe diariamente a visita de moradores que procuram o local para realizar o descarte correto de eletroeletrônicos que não funcionam mais, móveis inutilizáveis, entulhos e podas de árvores. No entanto, há aqueles que preferem agredir a natureza e eliminar os lixos nas matas aos redores.

O Jornal Midiamax foi até o Ecoponto Panamá e verificou que a procura tem sido grande no local. “Muitas pessoas têm procurado desde que abril, mas tem gente que ainda está descartando nos terrenos baldios por aí”, disse um funcionário à reportagem.

Enquanto as caçambas estão cheias e caminhões fretados com entulhos chegam para descartar, é muito fácil encontrar nas localidades alguma pilha de escombros. Há poucos metros do Ecoponto, a reportagem fotográfica flagrou restos de construção e utensílios a apenas 110 metros de onde poderia ser descartado corretamente o lixo.

Ainda mais fácil de encontrar as pilhas de cascalhos e até utensílios domésticos são jogados às margens das matas. A cerca de 900 metros do Ecoponto, na Rua Juventos, moradores se incomodam com o “mini lixão a céu aberto”. Nem mesmo faixas com os dizerem “Proibido Jogar Lixo” não são o suficientes para coibir a atitude irregular.

No mapa é possível verificar, nas linhas vermelhas, o quanto descartes irregulares ficam perto do Ecoponto Panamá. Confira:

Recém moradora da vizinhança, Gisele Rodrigues de Souza, de 25 anos, contou que se mudou para a casa que fica na Rua Juventos há uma semana e se assusta com a quantidade de pessoas que vêm no local descartar o lixo.

“Tem o local ali em cima que é para descartar o lixo certinho [Ecoponto], mas as pessoas ainda jogam aí. Tem gente que vem de carro, para e joga por aí. E olha que ali tem uma caçamba lixo que os vizinhos colocaram ali, mas não tem jeito”, disse Gisele ao Midiamax.

Em frente a casa da moradora encontramos garrafas, televisor e entulhos. Materiais plásticos também são localizados em meio à mata.

Fiscalização, crime ambiental e multa

A Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana) explicou que o descarte do lixo é de competência do gerador e disse que a prefeitura tem atuado nas fiscalizações para impedir que os descartes irregulares de lixo aconteçam pela cidade e pediu ajuda da população para identificar os infratores.

“A identificação poderá ser através de fotos do veículo, placa, nome da empresa ou qualquer outro detalhe que identifique a origem. Esse tipo de prática configura crime ambiental, portanto, deve ser denunciada. Destacamos que nos casos onde o cidadão presenciar rotineiramente o descarte irregular de resíduos em terrenos baldios ou margens de córregos, o mesmo deverá denunciar”, afirmou Semadur em nota.

A denúncia deve ser feita a Patrulha Ambiental da Guarda Civil Metropolitana no telefone 153 e nos casos em que configurar a má conservação dos terrenos baldios as denúncias devem ser direcionadas à Semadur pelo telefone do Disque Denúncia 156.

Descartar lixo irregularmente configura em crime ambiental em quem for flagrado por agente fiscal de meio ambiente será autuado e poderá ser multado, segundo o Código de Polícia Administrativa – Lei 2909/92 –  em R$ 2,2 mil a R$ 8,9 mil.

Recém-inaugurado

Segundo Ecoponto em Campo Grande, o Jardim Noroeste recebeu a instalação de um ponto de descarte no dia 31 de agosto e procura dos moradores começa a ser frequente.

No local, já era possível identificar caçambas cheias de entulho e alguns galhos de árvores já teriam sido encaminhados ao local. Henrique Oto, um dos encarregados no Ecoponto Noroeste, disse ao Midiamax que a procura da população tem crescido, mas ainda precisa melhorar.

Ecoponto Panamá

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Foto: Minamar Júnior

Foto: Minamar Júnior

Foto: Minamar Júnior

Foto: Minamar Júnior

Foto: Minamar Júnior

(Foto: Arquivo Midiamax)

Ecopontos

Os Ecopontos Panamá e Noroeste, funcionam de segunda a sábado, das 8h às 18h, e recebe resíduos eletroeletrônicos, eletrodomésticos, móveis inutilizáveis, restos de galhos e podas e entulhos da construção civil, de até 1 metro cúbico.

Os espaços também contam com Local de Entrega Voluntária (LEV) para resíduos recicláveis secos, como papéis, vidros, metais e plásticos.

A estratégia da Prefeitura é incentivar a destinação correta de resíduos recicláveis, além de criar mais uma opção para colaborar com a destinação correta dos materiais.