De helicóptero, secretário e chefe da PM acompanharam ação sem mandado em Caarapó
O comandante-geral da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, Waldir Ribeiro Acosta, e o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Antonio Carlos Videira, participaram da ação na fazenda Santa Maria, em Caarapó, que foi palco de um confronto entre índios e fazendeiros. O coronel Edson Furtado, responsável pela comunicação social da […]
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O comandante-geral da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, Waldir Ribeiro Acosta, e o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Antonio Carlos Videira, participaram da ação na fazenda Santa Maria, em Caarapó, que foi palco de um confronto entre índios e fazendeiros.
O coronel Edson Furtado, responsável pela comunicação social da corporação, confirmou que os dois foram acionados até o local para acompanhar a situação. “Eles estiveram sim (no local), foram acionados e foram lá para ver a situação e dar um suporte”, afirmou.
O coronel Furtado explicou que tanto o comandante quanto o secretário sobrevoaram a região e “viram o movimento”. Ainda de acordo com o oficial, sempre que necessário, o acompanhamento de algum fato é feito pelos chefes da segurança pública do Estado. “Estavam na região de Dourados, fizeram um sobrevoo e avaliaram in loco a situação”, disse.
A Polícia Militar havia informado que recebeu autorização para a ação desta segunda-feira na fazenda de Caarapó, que foi palco de um conflito entre índios e fazendeiros. A ação mobilizou várias forças de segurança para controlar a situação.
De acordo com o Governo do Estado, um indígena de 70 anos foi preso por roubo e homens da Força Nacional que atuam em Mato Grosso do Sul serão deslocados para atuar na área.
Por ser uma área reivindicada por indígenas, inclusive, tendo sido reconhecida pela Funai (Fundação Nacional do Índio) como terra tradicional indígenas em 2016, intervenções policiais no local devem ser feitas com autorização federal.
Investigação
O Ministério Público Federal (MPF) acusa a Polícia Militar de agir sem ordem judicial. De acordo com o órgão, os proprietários da fazenda acionaram a PM, que fez a “reintegração de posse sem qualquer ordem judicial”.
O MPF informou, através de nota, que a ação dos policiais não foi respaldada por nenhuma ordem judicial. Ainda de acordo com o MPF, não havia ordem de reintegração de posse para a área e nem mandado de busca e apreensão.
Um inquérito civil público foi instaurado para investigar os acontecimentos. “Apenas após a conclusão da investigação será possível apontar se houve ilegalidade na operação”, diz nota enviada ao Jornal Midiamax.
Força Nacional
Na ação de segunda (27), de acordo com o Governo do Estado, homens da Força Nacional que atuam em Mato Grosso do Sul foram deslocados para atuar na área. Conforme o Cimi (Conselho Indigenista Missionário), o conflito teria iniciado depois do desaparecimento de um indígena. Cerca de 100 índios guarani kaiowa teriam expulsado funcionários da fazenda Santa Maria, localizada na Terra Indígena Dourados-Amambaipegua I.
De acordo com a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), operação foi realizada na área e contou com militares do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) e helicóptero do Grupamento de Policiamento Aéreo.
Com objetivo de “restabelecer a ordem”, a ação terminou com um indígena de 70 anos preso em flagrante por roubo qualificado. Ainda conforme o Estado, houve registro de cárcere privado e danos de grandes proporções, além de crimes ambientais. As lideranças indígenas negam a ocorrência.
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