Capital observa o retorno do rolimã, esporte radical que também é arte. Vídeo!
Competição acontece neste domingo (01)
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Competição acontece neste domingo (01)
Os carrinhos são irados, decorados, têm um certo conforto e podem atingir velocidade de cerca de 40 km/h. Sim! Rolimã pode ser considerado um esporte radical que, inclusive, exige segurança para praticá-lo. O que, na década de 70 e 80 era apenas brincadeira de criança, hoje retorna a Campo Grande como uma atividade de lazer e conta até com competição.
O “culpado” disso tudo é o artesão e marceneiro Vitor Lopes Matoso, de 38 anos, quando projetou os primeiros modelos há 9 meses. “Fui convidado a fazer dois carrinhos para um projeto na Igreja que participo. Levamos as crianças no Parque das Nações Indígenas para brincar, eu também brinquei e nunca pensei que fosse ficar com os carrinhos”, disse ele para a equipe do MidiaMAIS.
Também marceneiro, Wando Fonseca, de 40 anos, tomou contato com um carrinho de rolimã através de um cliente que pediu um conserto. “Eu disse que nunca tinha andado e ele me apresentou ao Vitor”, conta Wando, que agora também fabrica o artefato. Ele já tem 3 carrinhos, equipados até com aerofólio e LED.
Em busca da pista perfeita
Além de Vitor, a esposa Andréia e os filhos Vinícius, de 8 anos, Letícia, de 10, e Larissa, de 13, também adora descer uma ladeira a bordo dos carrinhos. Wando também leva o filho de 8 anos. E a comunidade vai crescendo.
Eles se reúnem em 3 pontos de Campo Grande para darem os rolês de rolimã. Um deles fica na Orla Morena, próximo à pista de Skate. “Esta é para iniciantes. A gente vem aqui porque tem uma curva mais difícil de fazer. Quem nunca desceu, começa mais abaixo”, explica Vitor. O local é normalmente frequentado a noite por ter boa iluminação.
Aos domingos o grupo intitulado Rolimã MS escolhe o Parque das Nações Indígenas, que tem um nível de dificuldade um pouco maior. “A pista é de asfalto e é mais longa, tem uma descida maior também”, detalha Vitor.
Mas o maior evento acontece aos sábados a noite, no prolongamento da Avenida Marinha, no bairro Coophavilla II. “Já perdi o controle de quem participa lá. Antes eram só conhecidos. Agora vem gente que ficou sabendo por outros, que passou e viu. Mas todo mundo se respeita e é uma atividade prazerosa”, pontua.
Sorriso de criança
“Uma das coisas que mais me alegra é quando estamos brincando e passam alguns senhores falando ‘rapaz, eu brinquei com isso há 30, 40 anos atrás’. E eu convido eles para descerem. Eles voltam com um sorrisão e falam de lembranças, mostrando cicatrizes que ganharam com rolimã”, conta Vitor.
“Não tem coisa mais prazerosa para mim do que tirar esse sorriso infantil de cada pessoa que vem, aqueles que não são mais crianças, mas a criança está ali dentro”, completa. E o sorriso vem fácil mesmo. Como alguém que nunca havia descido a ladeira e estava curiosa, fui desafiada a experimentar. É diversão garantida!
O objetivo de Vitor é incentivar as pessoas a conhecerem o rolimã, executarem um projeto e ir para as praças e parques para brincar com os filhos. “É maravilhoso, aproxima demais as pessoas”, afirma.
Assim como acontece com a família de Vitor e Wando, outros dois pais também iniciam os filhos. O comerciante Robinson Gilvete, de 42 anos leva as filhas e filhos para a pista. A paixão é tamanha que está até colecionando carrinhos.
O executivo de vendas Eduardo Caballero, de 36 anos experimentou o esporte há cerca de um mês e já montou seu próprio carrinho. Ana Julia, sua filha de 6 anos, desce junto. “Gosto de velocidade”, conta ela.
Segurança
Apesar de parecer e ser uma brincadeira, o rolimã demanda cuidados e segurança. Os locais escolhidos para o grupo praticar a atividade são sinalizados com cones e luzes de LED. “Sempre a gente sinaliza para não atropelarmos outras pessoas e também não atropelarem a gente. A gente sempre toma esse cuidado com a segurança. De dia, no Parque das Nações, desce um na frente devagar avisando quem está na pista”, explica.
Em pistas mais difíceis, os organizadores exigem o uso de acessórios de proteção, como capacetes, cotoveleiras e luvas. Além disso, sempre é aconselhado andar de rolimã usando calça e tênis ou botas para evitar os esfolados.
“Quando vem novato eu quase não brinco. Fico instruindo e passando as dicas. Sempre trago a minha frota para emprestar, então acabo tendo cuidado para as pessoas não se machucarem, gostarem e adotar a ideia desse lazer. A gente se reúne e fica brincando, chamando os outros para brincar, tenho carrinhos para emprestar. Vou seduzindo as pessoas”, brinca Vitor.
Quer experimentar, não quer? Então a dica é procurar alguém que já brincou para conhecer o esporte e pegar instruções. “Para saber a segurança que precisa, escutar conselhos. Porque é uma brincadeira maravilhosa, mas é perigosa, tem um alto risco. Cada vez mais estamos melhorando nossos tempos, estamos chegando a 40 por hora”, avisa Vitor.
Competições
Com muitos adeptos em Campo Grande, o grupo Rolimã MS já está promovendo competições. Neste domingo, 1º de abril, acontece o 1º Rolezinho no Parque das Nações Indígenas, a partir das 13h. O evento vai escolher os carrinhos mais bem decorados.
Em outubro está prevista outra competição, mas dedicada à velocidade. Segundo Vitor, outros estados, como Paraná e Minas Gerais, resgataram a prática de rolimã há cerca de 3 anos. “Em cada estado tem as pessoas que estão tomando a frente como eu aqui e chamando as pessoas e divulgando a atividade”, relata.
Com tanta gente dedicada ao esporte, ele diz que estão programando o primeiro campeonato nacional de rolimã, que deve acontecer em 2018. Para saber mais, fale com Vitor pelo telefone 99819-6245 ou visite a fan page do grupo Rolimã MS.
Assista o vídeo abaixo para entender melhor o que é descer de rolimã! o/
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