Reforma de escola feita por detentos representa economia de R$ 1,2 milhão
A quarta escola reformada pelos detentos foi inaugurada nesta quarta (9)
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A quarta escola reformada pelos detentos foi inaugurada nesta quarta (9)
Foram 45 dias de reforma e uma economia de R$ 5 mil. Mas além da benfeitoria física para a estrutura da Escola Estadual Flavina Maria da Silva, no Bairro Botafogo, a transformação foi na autoestima de detentos do Centro Penal Agroindustrial da Gameleira. Além da mão de obra, os R$ 92 mil investidos na obra saíram dos bolsos dos presidiários.
“Foi muito bom participar porque conseguimos um espaço para mostrar o nosso trabalho e a nossa transformação. O preconceito é muito grande e esse projeto é um exemplo de que somos capacitados para voltar para a sociedade. Tem muita gente que acha que vamos voltar para o mundo do crime, mas eu vou fazer o sentido contrário”, disse o detento Adriano José Barbosa, condenado por assalto a 5 anos e 10 meses de prisão, que, no entanto, já cumpriu 6 anos e 4 meses de reclusão depois de ver a pena subir para 7 anos e 10 meses por desacato a uma autoridade.
Esta é a quarta escola pública reformada pelo Projeto Pintando e Revitalizando a Educação com Liberdade, que utiliza tanto a mão de obra como o dinheiro dos presos para custear as reformas. A sugestão partiu do juiz Albino Coimbra Neto, titular da 2ª Vara de Execução Penal de Campo Grande, e foi acolhido por Tarley Cândido Barbosa, diretor da Gameleira e é realizado em parceria da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) e Secretaria de Educação do Estado.
De acordo com Tarley, há uma lista de escolas a espera da reforma, mas é preciso analisar alguns quesitos antes do início das obras. “Não podem ser reformas muito longas que comprometam o seguimento das aulas. Por isso, precisamos analisar o período do ano e o tempo necessário para as obras”, disse.
Ainda de acordo com o diretor, a cada três dias de trabalho nas reformas, um de pena é diminuído. Além disso, os detentos têm 10% de seus salários descontados e destinados à reforma. Presos do regime semiaberto trabalham na própria instituição ou em empresas parceiras da Agepen. O dinheiro fica guardado em uma conta do Judiciário à espera do início da reforma.
O governador Reinaldo Azambuja esteve presente na inauguração da escola e elogiou bastante a iniciativa e ressaltou que “em tempos de crise é preciso reforçar este tipo de ação”. Segundo o governador, a reforma gerida pelos presos nas quatro escolas representou uma economia de R$1,2 milhão aos cofres públicos. “Ações como esta servem para que detentos sejam reinseridos na sociedade porque são colaboradores e estão apagando um erro fazendo o bem”, disse.
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