Corrupção no Detran-MS leva PF a escritório que liga filho de Reinaldo à ‘gerência’ da propina
O escritório de advocacia Ferreira e Novaes Sociedade de Advogados, um dos alvos de busca e apreensão da Operação Motor de Lama, que cumpre mandados nesta terça-feira (24) contra esquema de corrupção no Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito), também está ligado à Operação Vostok. De acordo com as investigações do Inquérito 1.190 do STJ (Superior […]
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O escritório de advocacia Ferreira e Novaes Sociedade de Advogados, um dos alvos de busca e apreensão da Operação Motor de Lama, que cumpre mandados nesta terça-feira (24) contra esquema de corrupção no Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito), também está ligado à Operação Vostok.
De acordo com as investigações do Inquérito 1.190 do STJ (Superior Tribunal de Justiça), eram de lá que partiam as ligações do filho do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), Rodrigo Souza e Silva, então sócio dos advogados, para gerenciar o esquema de desvio de dinheiro da Sefaz-MS com propina da JBS.
São cumpridos, desde as primeiras horas da manhã 11 mandados de busca e apreensão, 4 medidas restritivas de liberdade e 4 mandados de sequestro e decretação de indisponibilidade de bens de investigados. As medidas estão sendo cumpridas no município de Campo Grande (MS) e Dourados.
A 7ª fase da Operação Lama Asfáltica é resultado da análise de documentos apreendidos em fases anteriores e investiga a utilização de contas bancárias de “testas de ferro” para lavar dinheiro desviado com operações de dólar-cabo.
Neste sistema os recursos são transferidos de forma eletrônica para o exterior, através de uma rede de doleiros.
Participam das ações 9 auditores-fiscais e 5 analistas-tributários da Receita Federal, mais de 46 policiais federais e servidores da Controladoria-Geral da União.
Levando-se em consideração as fraudes e as propinas pagas a integrantes da organização criminosa, os prejuízos causados ultrapassam os R$ 400 milhões (quatrocentos e trinta e dois milhões de reais) se consideradas as 7 fases da operação.
Rodrigo chefiava esquema em nome do pai governador
Implicado em denúncia de roubo majorado porque seria o mandante de um roubo de propina que deu errado, e por ter supostamente encomendado uma execução, Rodrigo Silva é citado no depoimento de Joesley Batista.
O empresário revelou que foi ele quem tratou com Reinaldo sobre os pagamentos de propina, bem como sobre o percentual de 30% que lhe seria pago. Rodrigo teria intermediado os pagamentos ao pai, parte em espécie, e a maior parte por meio de notas fiscais fraudulentas, fornecidas pelo próprio tucano à JBS.
Joesley declara que não recorda se chegou a realizar contatos via celular com Reinaldo após as eleições, mas que durante a campanha em 2014, eles teriam se falado por números de telefone tanto do tucano como do filho dele.
Para comprovar o fato, Joesley passou um número fixo e um celular de Rodrigo Silva à Polícia Federal. Essas linhas seriam usadas, segundo o delator, para realizar ‘tratativas em geral do interesse de Reinaldo’.
O Jornal Midiamax confirmou que as duas linhas são usadas até hoje por Rodrigo, tanto o número fixo como a linha de celular de uso pessoal. Pelo número de telefone fixo fornecido no depoimento, trata-se de uma linha do escritório de advocacia onde Rodrigo Souza e Silva trabalhava.
Atualmente, o sobrenome de Rodrigo foi retirado da sociedade.
No entanto, ele e os então sócios ainda constam como procuradores municipais em diversas cidades de Mato Grosso do Sul, representando as localidades principalmente em defesas realizadas no TCE-MS (Tribunal de Contas Estadual de Mato Grosso do Sul).
Cidades como Água Clara e Nova Alvorada do Sul foram defendidas por Rodrigo Silva e os advogados do escritório em recursos que tramitaram em abril deste ano no TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) e no Tribunal de Contas em 2012, respectivamente.
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