Investigada, outra empreiteira alvo da Nota Zero tem R$ 12,8 milhões em contratos com a SED
A empresa SDI Informática e Construções, com sede em Campo Grande, é uma das investigadas pela Polícia Federal por suspeitas de conluio em editais para que um grupo de empresários vencesse parte das licitações de reformas em escolas estaduais com recursos federais. A empresa manteve desde 2015, quando começou a prestar serviço para o poder […]
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A empresa SDI Informática e Construções, com sede em Campo Grande, é uma das investigadas pela Polícia Federal por suspeitas de conluio em editais para que um grupo de empresários vencesse parte das licitações de reformas em escolas estaduais com recursos federais. A empresa manteve desde 2015, quando começou a prestar serviço para o poder público, R$ 12.803.233,80 em empenhos com a SED (Secretaria Estadual de Educação).
A SDI é a vencedora da tomada de preços 22/2017, que recebeu R$ 806.120,19 para a reforma da Escola Estadual Padre Constantino de Monte, em Maracaju, distante 160 quilômetros de Campo Grande, e está sob investigação na operação realizada em conjunto com a CGU (Controladoria-Geral da União).
Foram empenhados R$ 686.943,08 em 2015, R$ 1.613.534,07 em 2016, R$ 2.457.210,30 em 2017, R$ 6.545.500,68 em 2018 e R$ 1.500.045,70 em 2019. A reportagem entrou em contato com a empresa pelos números informados no cadastro da Junta Comercial de Mato Grosso do Sul, mas a atendente negou que a empresa atue no local.
O governador Reinaldo Azambuja e a secretária estadual de Educação Maria Cecília Amêndola da Motta entregaram esta e a reforma da Escola Estadual Cel. Pedro José Rufino, no município de Jardim, distante 239 quilômetros de Campo Grande. A Concorrência Nº: 001/2016-GLI/SED teria beneficiado a empresa Queiroz PS Engenharia Eireli-ME, também alvo de buscas e apreensões nesta quarta. O contrato foi assinado em 23 de setembro de 2016 ao valor de R$ 2.285.941,45.
Desde 2016, o governo do Estado tem empenhado anualmente valores na cifra dos milhões a Queiroz PS Engenharia, sendo R$ 1.123.367,57 em 2016, R$ 3.060.983,72 em 2017, R$ 1.317.309,38 em 2018 e restos a pagar de R$ 85.417,20 em 2019.
Corrupção e organização criminosa
A PF colheu nesta quarta-feira elementos de prova da prática de crimes de corrução passiva e ativa, peculato e organização criminosa, entre outros. O objetivo é demonstrar a existência de um grupo de empresas previamente escolhidas para vencer as licitações, obstando a participação de empresas idôneas que não participam do teatro criminoso, e que estabelecem um rodízio nos certames dentro da SED, segundo nota.
A investigação constatou a prática ilícita envolvendo oito processos licitatórios abertos pela SED, sendo uma Concorrência no valor de R$ 2.285.941,45 e outras sete Tomadas de Preços, as quais totalizam R$ 7.347.785,17. Deverão ser identificados, durante a investigação, os valores correspondentes às fraudes e as propinas pagas a integrantes da organização criminosa.
A operação foi realizada em conjunto com a CGU (Controladoria-Geral da União) e cumpriu 12 mandados de busca e apreensão em Campo Grande, inclusive na SED, expedidos pelo Juízo da 5ª Vara Federal, após manifestação do Ministério Público Federal. Ao todo, participaram da Operação Nota Zero mais de 55 Policiais Federais e oito servidores da CGU.
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