No MPE, diretor do Midiamax destaca apuração de denúncias antigas do jornal
Carlos Naegele falou sobre telefonema para Amorim em 2014
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Carlos Naegele falou sobre telefonema para Amorim em 2014
O empresário Carlos Naegele, sócio-diretor do Grupo Midiamax, foi ouvido como testemunha na tarde desta quinta-feira (10) pelo promotor Marcos Alex Vera durante as investigações da Operação Coffee Break, que apuram suposta compra de vereadores para votarem pela cassação do prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), em 2013.
Antes mesmo de ser cassado, Bernal havia denunciado no Midiamax o suposto golpe (clique para ler a notícia da época). No entanto, o Ministério Público Estadual deflagrou a Operação Coffee Break mais de um ano depois, quando vazaram escutas realizadas pela Polícia Federal durante a Operação Lama Asfáltica que reforçaram as suspeitas.
Segundo Alcides Bernal, os votos dos vereadores teriam sido negociados por vantagens na gestão de Gilmar Olarte, que assumiu o cargo após a cassação. Membros do Legislativo Municipal são suspeitos de obter nomeações na Prefeitura e até de ‘assumirem’ secretarias e órgãos públicos.
Naegele foi chamado pelo Gaeco porque telefonou em 2014 para o empreiteiro João Alberto Krampe Amorim dos Santos, com quem conversou sobre como estaria a contagem dos votos pela cassação. O empresário explicou que conversou com muita gente como parte do trabalho de sondagem jornalística e garantiu que em momento algum participou de qualquer tipo de acordo ou esforço para interferir no resultado.
“Nossa linha editorial deixa explícito o posicionamento jornalístico isento. Como sempre, noticiamos o que todos os lados tinham para dizer com relação à comissão processante que tirou Bernal do cargo. Também noticiamos a luta dele durante mais de um ano para retornar. Desde as eleições de 2012, o Midiamax garante ao Alcides tratamento igualitário e respeito como a maioria dos jornais de MS não pode dizer que garantiu”, disse.
Lama Asfáltica
Naegele ainda comemorou sobre as investigações instauradas pelo MPE-MS após o vazamento de provas da Operação Lama Asfáltica. “Estamos gratificados por colaborar e comemoramos que finalmente muitos fatos noticiados e denunciados pelo Midiamax, na maioria das vezes sozinho, sem respaldo do restante da imprensa regional, passaram a ser oficialmente investigados pelas autoridades competentes”, afirmou.
“É a coroação de todo esforço para passar Mato Grosso do Sul a limpo. Estamos nesta luta desde quando o Midiamax, em toda sua história, denunciou escândalos envolvendo contratos públicos suspeitos, obras de péssima qualidade nas rodovias, investimentos faraônicos equivocados como o Aquário do Pantanal, descaso com a saúde pública, abusos eleitorais com a compra de votos e, principalmente, a arrogância de governantes que se sentiam no direito até de mandar no voto de servidores nomeados”, relembrou.
Segundo Naegele, por mais de 10 anos, o Jornal Midiamax adotou uma linha investigativa com matérias questionando a aplicação de recursos públicos no âmbito da Prefeitura de Campo Grande e do governo do Estado. “Vejo hoje disposição dos promotores para trazer a muita coisa. Muitas reportagens que estão sem respostas até hoje podem finalmente ter as denúncias esclarecidas. Vim colaborar e me coloquei à disposição sempre que precisar, pois o Midiamax lutou muito por este momento”, conclui.
O Jornal Midiamax foi o primeiro veículo de comunicação de Mato Grosso do Sul a criar uma editoria de ‘Transparência’ e mantém equipe de jornalismo investigativo com verdadeira lupa nos contratos em todos os níveis de poder e aplicação de verbas públicas.
A Operação Lama Asfáltica, desencadeada em 9 de julho pela Polícia Federal, Controladoria-Geral da União, Receita Federal e Ministério Público Federal, investiga suposto esquema que envolveria políticos, empreiteiros e servidores no desvio de dinheiro de obras públicas realizadas durante o mandato de André Puccinelli (PMDB) como governador de MS.
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