Decisão de TJ leva famílias de vítimas da Kiss a intensificar protestos
Antes da decisão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) decidir conceder a liberdade aos réus do processo da tragédia da Kiss, as manifestações pedindo por Justiça em Santa Maria (RS) eram ordeiras e com avisos prévios às autoridades. Nesta quinta-feira, foi diferente. Centenas de pessoas começaram um ato de protesto na […]
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Antes da decisão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) decidir conceder a liberdade aos réus do processo da tragédia da Kiss, as manifestações pedindo por Justiça em Santa Maria (RS) eram ordeiras e com avisos prévios às autoridades. Nesta quinta-feira, foi diferente. Centenas de pessoas começaram um ato de protesto na praça Saldanha Marinho, no centro, e depois percorreram ruas e avenidas da cidade, trancando o trânsito em vários oportunidades.
O ato começou por volta das 15h, na Saldanha Marinho. Não faltaram críticas à decisão do Judiciário. Um dos mais emocionados era Flávio José da Silva, pai de Andrielle Righi da Silva, que morreu na tragédia aos 22 anos. “Depois da palhaçada da Justiça, só rindo para esquecer. Tem que dar espaço a gente nova, tirar esse ‘cacaredo’ do tribunal”, disse Flávio com a ajuda de um megafone.
Fátima Cardoso também se juntou à manifestação por causa do filho, Rogerio, que morreu na tragédia. “Fiquei tão indignada com a decisão da Justiça que não consegui dormir na noite passada. Foi uma vergonha, uma palhaçada.”
Em meio aos protestos, era pedida a presença maciça de familiares na audiência da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara de Vereadores que investiga a tragédia, que será realizada às 9h desta sexta-feira. “Agora não adianta mais. Vai se criar a maior pizza de Santa Maria. Mas temos que estar lá para marcar posição”, bradou Ildo Toniolo, pai de Leandra Toniolo, 23 anos.
Jarlene Moreira, 27 anos, mal consegue caminhar, mas fez questão de ir à manifestação. Com a ajuda de um andador, ela foi pedir justiça por causa do marido, o soldado Leonardo Lima Machado, 26 anos, que conseguiu tirá-la da Kiss no dia do incêndio, mas morreu ao voltar para tentar salvar mais gente. A jovem ainda passa por tratamentos de saúde e teve que providenciar o andador por conta própria. Os remédios que ela toma vieram graças à ajuda da Associação de Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM).
Depois de manifestação inicial na praça Saldanha Marinho, os manifestantes trancaram o trânsito na esquina da avenida Rio Branco com a rua Venâncio Aires. Em seguida, começaram uma caminhada pela rua do Acampamento, que seguiu depois pelas avenidas Nossa Senhora da Medianeira e Nossa Senhora das Dores. Durante todo o percurso, eram gritadas palavras de ordem como “cadê o prefeito?” e “cadeia”.
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