Na Rio+20, Tatiana Ujacow defende ao ministro da Justiça educação para o desenvolvimento sustentável

Durante a Conferência, Tatiana apresentou sugestões para o Ministro da Justiça sobre o desenvolvimento sustentável e solicitou ao ministro Gilberto Carvalho a urgência na solução do conflito sobre as terras indígenas em Mato Grosso do Sul Ujacow defende ao ministro da Justiça

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Durante a Conferência, Tatiana apresentou sugestões para o Ministro da Justiça sobre o desenvolvimento sustentável e solicitou ao ministro Gilberto Carvalho a urgência na solução do conflito sobre as terras indígenas em Mato Grosso do Sul

Ujacow defende ao ministro da Justiça

A advogada e professora universitária Tatiana Ujacow, membro da Copai/OAB (Comissão Permanente de Assuntos Indígenas), do CONDEPI – MS (Conselho Nacional de Defesa dos Povos Indígenas de Mato Grosso do Sul, e do ITC (Comitê Intertribal, Memória e Ciência Indígena), participou, no Rio de Janeiro, da Conferência sobre desenvolvimento sustentável, Rio +20. Segundo ela, as questões ligadas ao meio ambiente evoluíram muitos desde a Eco 92. “Se falou muito do que já foi feito nesse período. E é claro que muitos avanços aconteceram, mas existe um longo caminho a ser trilhado”, ressaltou.

Tatiana enfocou que dentro das questões ligadas ao meio ambiente, assim como em outros pontos, é a educação que torna possível a sustentabilidade. “A educação das pessoas é fundamental dentro desse processo de construir um mundo sustentável, pois a poluição urbana é algo preocupante e a conscientização deve ser de cada um de nós. Tudo se volta para a educação e a necessidade de esclarecer a população sobre a despoluição, o que é reciclar, o que se recicla”, ponderou.

Segundo a advogada, muitas propostas foram discutidas. “A economia verde foi abordada dentro do enfoque dos povos tradicionais, especialmente sobre essa possível comercialização da natureza”.

Patrimônio

Para Tatiana é fundamental esclarecer a população nas questões de preservação do meio ambiente. “Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, é muito séria essa questão, pois se trata do nosso patrimônio. É da nossa responsabilidade essa discussão, o Pantanal é uma referência para o mundo”.

Tatiana reforçou a necessidade de se educar para a sustentabilidade. “Mesmo com todas as ações, todos os esforços despendidos para buscar um viver melhor nesse mundo, é a atuação de cada indivíduo, em particular e no coletivo, que poderá ser o diferencial entre o plano das idéias e a concretude de alcançarmos as metas do desenvolvimento com sustentabilidade”, alertou.

Campanha

Nesse sentido, em encontro com o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, Tatiana propôs que o Governo Federal desenvolva campanha educativa para esclarecer a toda a população a importância e o significado de desenvolvimento sustentável.

Movimento dos povos indígenas

Tatiana destacou que, para o movimento dos povos indígenas, a cultura seria o quarto pilar do desenvolvimento sustentável, além do social, ambiental e econômico, pois “a cultura dos povos indígenas tem relação umbilical com terra, e a terra é sagrada, é premissa de vida. A natureza está ligada ao seu modo de existir, e essa é a cultura que pode ajudar na preservação da própria vida”.

Segundo ela, os povos indígenas possuem uma cosmovisão, onde “a natureza está ligada indissociavelmente ao ser humano”, enfocou.

Os povos indígenas participaram ativamente da Rio+20, tendo sido representados por 22 etnias. Segundo Marcos Terena, um dos coordenadores da Kari-Oca, como foi denominado o palco de encontro dos indígenas, a economia verde é um falso diálogo, que não traz nenhuma novidade com as grandes poluidoras da natureza. “Pagar o mercado verde não reduz a poluição”.  Ele defendeu ser necessário um sistema novo, que traga qualidade de vida. “Novos empreendimentos sociais, com base sustentável e os indígenas como parte do processo”, avaliou.

Terena destacou que a natureza sempre foi uma grande bandeira indígena. “Se não tiver a cultura, os Estados vão se consolidar sem qualidade social, só mercantilista”.

Diálogo

Todo o trabalho desenvolvido na Kari-Oca, segundo Tatiana, foi compilado em documento entregue ao Ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, com proposições e reivindicações dos povos indígenas. Segundo ela, o Ministro informou que entregaria o documento a presidente Dilma e se empenharia para atender as demandas. O representante da ONU também recebeu uma via do trabalho.

Conflito de Terras Indígenas em MS

Tatiana afirmou que em conversa com Carvalho e Cardozo tratou da solução dos conflitos agrários em Mato Grosso do Sul por conta da demarcação das terras indígenas. De ambos ouviu que o Governo está atento e empenhado em equacionar a questão.

Cardozo assegurou o empenho para que as terras e os direitos básicos dos povos indígenas sejam reconhecidos

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