Em missa, amigos da arquiteta achada morta em Campo Grande clamam por Justiça

Corpo de Eliane Nogueira estava no banco traseiro do próprio carro, devorado pelo fogo; ela e o marido, que está preso, brigavam muito, disseram amigos durante celebração de missa de corpo ausente; IML ainda faz perícia nos restos mortais

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Corpo de Eliane Nogueira estava no banco traseiro do próprio carro, devorado pelo fogo; ela e o marido, que está preso, brigavam muito, disseram amigos durante celebração de missa de corpo ausente; IML ainda faz perícia nos restos mortais

Neste domingo pela manhã, foi realizada missa de corpo ausente para a arquiteta Eliane Aparecida Nogueira, 39, achada morta carbonizada dentro do próprio carro na madrugada de sexta-feira. O marido dela está preso por ser apontado como principal suspeito pela morte, segundo a polícia.

Parentes e amigos encheram a Igreja São João Bosco, em Campo Grande. A emoção era muito grande, em especial para as pessoas mais próximas de Eliane.

O irmão da vítima, Vladimir Vieira fez um desabafo. “É muito difícil, ela era a mais velha, mais compreensiva, que procurava ajudar a todos, é uma desgraça muito grande”, comentou o irmão, que emenda: “agora é esperar que a Justiça seja feita”.

O pai da arquiteta não estavam presentes. Segundo amigos da família, eles estão muito abalados e reclusos. Já o filho de Eliane, de 15 anos, foi para a casa do ex-marido e pai do menino em Cuiabá (MT).

A morte de Eliane transformou-se em um momento de muita dor para os amigos que assim como a família clamam por Justiça. Rômulo Monteiro, 56, psicólogo, tinha a arquiteta como “uma pessoa de muito trabalho, dedicação, não merecia esse destino”. Rômulo conhecia Eliane há mais de quatro anos, acompanhando o relacionamento dela com o ex-marido e suspeito, Luis Afonso dos Santos de Andrade.

“Nunca vi ele a agredindo fisicamente, mas verbalmente, já o presenciei ofendendo ela algumas vezes, Luis era possessivo, ciumento”, comenta o psicólogo.

Suspeita

Luis Afonso dos Santos de Andrade, 42, empresário, é suspeito de matar a arquiteta Eliane Aparecida Nogueira. A Justiça decretou sua prisão temporária. Ele está preso na 4ª Delegacia nas Moreninhas. Ele nega participação no crime.

“Eu não vejo outro possível culpado, a Eliane não tinha inimigos, não mexia com drogas, bebidas, nada disso”, comenta Angelo Arruda, também arquiteto, ex-professor de Eliane e amigo de longa data. “Ele [Luis] já tinha batido nela em 2009, quando ela fez boletim de ocorrência, aí eles voltaram e agora acontece isso. É trágico demais”, desabafou Angelo, que chorou muito durante a cerimônia.

Os restos mortais de Eliane Nogueira foram encontrados por volta das 4 horas de sexta-feira. O carro dela, um veículo Pólo, de cor prata, foi incinerado no Bairro Tiradentes, em Campo Grande.

Informações extraoficiais dão conta que Eliane não teria sofrido golpe de faca ou tiro, mas há sinais de que ela pode ter sido morta estrangulada antes de ter o corpo carbonizado. A polícia não confirma e aguarda o final dos exames periciais.

O delegado Welington de Oliveira, responsável pelas investigações sobre o homicídio, não liberou os restos mortais que estão no IML (Instituto Médico Legal). Ele alega que ainda precisa do material para dar sequência às investigações.

Relacionamento

Eliane e Luis Andrade começaram a namorar há cerca de quatro anos, e casaram faz dois. Nesse período o relacionamento entre eles foi marcado por muitas brigas e separações.

“Eles terminavam e voltavam muitas vezes, até o filho dela já tinha falado pra terminar definitivamente esse relacionamento, ele [Luis] tinha uma paixão meio louca por ela”, afirma Angelo Arruda. Rômulo Monteiro, amigo de Eliane, comenta como muitas vezes o casal iniciava uma discussão:

“Ele ofendia ela verbalmente, na maioria das vezes de uma forma velada, como uma ironia ou piada. O que acontecia é que ela o enfrentava, e aí eles acabavam discutindo”.

Muito abalado, o irmão de Eliane, Vladimir não quis comentar o relacionamento de sua irmã com o ex-cunhado.

Cerimônia

A missa durou cerca de uma hora e meia, e foi realizada normalmente. No final, o padre Wagner rezou juntamente com todos pela arquiteta Eliane Nogueira. O ritual foi marcado por muita emoção e choro.

(Matéria editada para correções)

(Colaboração de Vinícius Squinelo para o Midiamax)

Saiba mais sobre o caso em notícias relacionadas, logo abaixo

 

Conteúdos relacionados