Após briga durante partida, prefeito de Caarapó cobra punição e ameaça deixar a Assomasul
André Nezzi rebate alegações de Marquinhos do Dedé de que teria o provocado, disse que mulher se machucou e exige que Assomasul puna prefeito de Vicentina
Humberto Marques –
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O que começou como uma briga à beira do gramado em torneio estadual de futebol evoluiu para uma questão institucional da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul). Prefeito de Caarapó, André Nezzi cobrou providências da entidade contra o colega Marquinhos do Dedé, de Vicentina, com quem se envolveu em briga no domingo (12).
O caso gerou um boletim de ocorrência contra Dedé, registrado por Nezzi. O prefeito de Caarapó afirma que entregou o cargo de Diretor de Esportes da Assomasul e que, caso não sejam tomadas providências contra o outro prefeito, deixará a entidade.
A confusão ocorreu em Corumbá –a 419 km de Campo Grande–, durante confrontos da 4ª rodada da Copa Assomasul. Aos 9min de jogo, quando Caarapó vencia por 1 a 0, Dedé deixou as arquibancadas e se dirigiu à tenda na qual estava a organização do evento, ao lado do gramado do estádio Arthur Marinho. Então, começou a discutir com Nezzi, o que culminou em troca de agressões e acusações, conforme noticiado pelo Jornal Midiamax.
À reportagem, Nezzi deu sua versão dos fatos. Antes, Dedé acusou o colega de Caarapó de intimidar funcionários pela manhã e, à tarde, de ter arremessado uma garrafa de água contra ele por ir ao gramado reclamar da arbitragem –o prefeito de Vicentina protestava também porque teria sido ameaçado e, na sequência, agredido.
Nezzi tem uma versão diferente. “Depois do 1 a 0 de Caarapó, o prefeito de Vicentina proferiu um monte de palavrões contra a coordenação, a organização e a arbitragem. O jogo vinha sem problemas, nenhum lance, os jogadores não reclamaram, mas ele estava já bastante alterado, até alcoolizado”, afirmou, repetindo acusação feita logo após a confusão. Dedé, à reportagem, negou que tivesse consumido bebidas alcoólicas.
Polícia na Copa Assomasul
Depois, segundo o diretor da Assomasul, Dedé teria feito acusações e o ofendido, chamando-o de “vagabundo” e que estaria comprando a organização. “Ele estava muito exaltado, veio perto de mim dando de dedo no rosto, momento em que levantei e disse para ‘baixar a bola’, senão íamos chamar a polícia”.
Nesse momento, Nezzi afirma que Dedé teria tentado lhe dar um soco, deixando uma marca. “Eu estava com um copo d’água na mão e joguei nele no automático. Então, o pessoal veio e começou a separar. Foi quando o camisa 9 do time deles, com o pessoal apartando, veio me atingir com uma voadora. Minha esposa, do lado, entrou no meio e atingiu ela e eu. Ficou toda machucada”.
“Aí começou o tumulto”, prosseguiu o prefeito de Caarapó. “Fui para cima, ele derrubou minha esposa e eu perdi a cabeça. Depois, solicitei a presença da polícia”, disse. Segundo ele, quando as autoridades chegaram, Dedé já não estava no estádio –ele teria se comprometido a ir à delegacia, onde foi registrado boletim de ocorrência sobre o episódio.
Nezzi reforçou que não estava na beira do gramado como torcedor, mas sim como diretor da Assomasul e em apoio a funcionários que, frisou, sofreram agressões verbais de Dedé –referência ao trecho do vídeo em que o prefeito de Vicentina aparece gritando ser prefeito de 4 mandatos.
Ele ainda afirmou que já houve problemas anteriores com Marquinhos do Dedé, como na própria etapa de Vicentina, quando teria ocorrido invasão de gramado e ameaças árbitros. Além disso, garantiu que chefes do Executivo poderiam permanecer no local dos diretores –algo que teria sido feito por Marcelo Iunes (Corumbá) e pelo prefeito de Camapuã. “Ele poderia ter pedido para ficar, mas depois que o time tomou gol ficou procurando culpado”.
Entrega de cargo e ameaça de deixar entidade
Diante do fato de que houve problemas anteriores com o prefeito, André Nezzi admitiu que houve falha da organização, devendo ter sido aplicada alguma punição a Dedé ainda em Vicentina. Quanto às acusações de que estaria usando de sua posição para favorecer o time de Caarapó, o diretor destacou que suspendeu um jogador do time de sua cidade por 2 partidas por conta de uma cotovelada e assinou banimento de atleta após ameaça a um juiz.
Por fim, reforçou que a partida pouco valeria para Vicentina, que já estava desclassificada pelos resultados.
Contudo, diante dos desdobramentos da confusão, Nezzi afirmou que decidiu pedir afastamento da Direção de Esportes da Assomasul. Além disso, cobrou da entidade punição a Marquinhos do Dedé.
“O que ele fez não é certo. Eu acabei errando, perdi a cabeça quando vi minha mulher no chão por causa de um bêbado, e peço desculpas por isso. Mas espero punição. Não querem que entregue o cargo, mas não faço questão disso, de sair 700 km para aguentar desaforo de alguém que diz que tem quatro mandatos e ofende os outros”, disparou. “Ele sabe quem é o culpado”.
Nezzi disse ter acionado o prefeito Valdir Junior (Nioaque), presidente da Assomasul. “Cobrei dele que, se não tiver punição por conta da atitude dele [Dedé], Caarapó vai deixar a Assomasul”. Segundo a assessoria, o presidente da entidade deve se posicionar sobre os fatos.
No âmbito esportivo, os desdobramentos do fato seriam discutidos pela Comissão de Arbitragem da Copa Assomasul. Segundo Nezzi, brigas em campo seriam fatores para eliminação dos times.
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