O senador (PSD) disse em entrevista ao Midiamax na manhã desta quinta-feira (24) que o presidente Jair Bolsonaro deve se manifestar em tom conciliador, dentro do que lhe compete, a respeito do conflito entre Rússia e Ucrânia que ganhou novos capítulos a partir dos ataques ocorridos nas últimas horas.

“A paz está no DNA do brasileiro”, afirmou o senador. A declaração dele demonstra preocupação com a postura do presidente que, em visita à Vladmir Putin na semana passada, disse ser solidário à Rússia. O próprio publicou uma nota nesta manhã apontando que a resolução pacífica é o caminho mais apropriado.

Ex-presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado Federal, Nelsinho explicou que o brasileiro é pacifista ‘por genética' e que qualquer medida que contraponha isso estará indo contra a essência do povo. Além disso, afirmou que os senadores estão preocupados com a situação na Europa.

“Pela história, a guerra é um lugar onde jovens que não se odeiam e não se conhecem se matam, por decisão de velhos que se conhecem e se odeiam, mas não se matam”, destacou. Neste sentido, lembrou que o aumento do poderio bélico dos países pode custar milhares de vidas.

“Hoje em dia, com as armas que se têm, não se pode brincar com isso. Não é preciso muito para apertar um botão aqui e outro ali e causar problemas ainda maiores para a humanidade. Quando se entra numa disputa dessas, a porta da saída fica cada vez mais distante e qualquer recuo pode ser considerado sinal de fraqueza, uma pecha que esses líderes não querem”, afirmou.

Por fim, espera que o presidente se o presidente se manifeste em defesa da paz. “Acho que deveria buscar uma identidade brasileira que é a da busca pela conciliação. Tem que buscar o entendimento, se é que ele tem algum poder pra isso”.

Já o deputado Federal Fábio Trad (PSD) disse que a postura de Bolsonaro terá que ser revista em breve. “Sim, Bolsonaro fala pelo Brasil e o país não pode e não deve tomar partido em favor de um país invasor de país soberano. Por ora, acredito que este posicionamento não resulte em prejuízo comercial para o país, porém se a guerra se intensificar, o Brasil terá que rever sua posição para alinhar-se aos tradicionais aliados do Ocidente”.

O que diz o ITamaraty

“Governo brasileiro acompanha com grave preocupação a deflagração de operações militares pela Federação da Rússia contra alvos no território da Ucrânia.

O Brasil apela à suspensão imediata das hostilidades e ao início de negociações conducentes a uma solução diplomática para a questão, com base nos Acordos de Minsk e que leve em conta os legítimos interesses de segurança de todas as partes envolvidas e a proteção da população civil.

Como membro do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o Brasil permanece engajado nas discussões multilaterais com vistas a uma solução pacífica, em linha com a tradição diplomática brasileira e na defesa de soluções orientadas pela Carta das Nações Unidas e pelo direito internacional, sobretudo os princípios da não intervenção, da soberania e integridade territorial dos Estados e da solução pacífica das controvérsias”.