O vereador Odilon Junior (PDT) afirmou que mesmo advertido pelo diretório municipal do partido seguirá sem assinar pela abertura da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Ônibus. Ele e o vereador Ademir Santana foram alvo de avaliação da sigla e receberam advertência por não seguirem a orientação partidária.

“Não pretendo assinar. Minha família viveu a vida inteira sob pressão, não vai ser uma orientação”, disse Odilon, se referindo ao que passou ao lado do pai, o juiz federal aposentado Odilon de Oliveira. Ele ainda acrescenta que enquanto não aparecer um fato que, na opinião dele seja contundente para assinar a CPI.

Ele ainda diz que não foi notificado sobre a advertência, que dá o prazo de cinco dias para que ele e Santana assinem a CPI. Caso não ocorra a assinatura, ambos serão punidos com suspensão de 90 dias das atividades partidárias.

Daí em diante, conforme apurado pela reportagem, abre-se a possibilidade estatutária de expulsão, já havendo movimentação de membros do PDT para tal. O presidente da sigla em Campo Grande, Yves Drosghic, diz que após a suspensão, há nova reunião apenas se houver nova representação contra os referidos filiados.

A reportagem também tentou contato com o vereador Ademir Santana através de assessoria de imprensa. Contudo, ele preferiu não se manifestar no momento, deixando para falar sobre o assunto apenas na terça-feira (26), durante sessão na Câmara Municipal.

Saídas iminentes

Várias divergências com alas ligadas ao deputado federal Dagoberto Nogueira fizeram com que Odilon Junior abdicasse da presidência municipal do PDT, deixando em aberto também sua permanência no partido ao qual se elegeu vereador em 2016 e concorreu a uma cadeira na Câmara Federal nas eleições do ano passado.

Ele pode trocar de sigla, sem perder o mandato que termina em janeiro de 2021, em março do ano que vem. Seu pai, o juiz aposentado Odilon de Oliveira, que concorreu ao Governo do Estado em 2018, já se desfiliou do PDT.

Nos bastidores, também há informações que Ademir cogitou a saída do PDT, mas havia desistido e queria continuar no partido. Ambos são da base aliada do prefeito e estariam atuando em desacordo com outra ala dominante na sigla.

Situação semelhante aconteceu com o deputado estadual Jamilson Name. Em ação analisada pelo TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul) os desembargadores decidiram de forma unânime que o deputado pode se desfiliar do PDT sem perder o mandato, sob a alegação de justa causa.