Sem vereadoras, presidente da Comissão de Proteção a Mulher diz que fato ‘não vem ao caso’
Das duas vereadoras dos 29 parlamentares da Câmara Municipal de Campo Grande, nenhuma faz parte ou preside a Comissão Permanente de Cidadania, Direitos Humanos e Proteção à Mulher, uma das 20 Comissões da Casa, segundo divulgado pelo Diário Oficial do Município desta quinta-feira (21). O presidente dela, vereador Ademir Santana (PDT), disse acreditar que este […]
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Das duas vereadoras dos 29 parlamentares da Câmara Municipal de Campo Grande, nenhuma faz parte ou preside a Comissão Permanente de Cidadania, Direitos Humanos e Proteção à Mulher, uma das 20 Comissões da Casa, segundo divulgado pelo Diário Oficial do Município desta quinta-feira (21). O presidente dela, vereador Ademir Santana (PDT), disse acreditar que este fato ‘não vem ao caso’.
Questionado se não acredita que o fato é, no mínimo, inusitado, o vereador discordou. “Ter ou não ter mulher, acredito que não vem ao caso nessa situação. Na Assembleia Legislativa, por exemplo, não tem deputadas na Comissão da Mulher porque nem deputada tem lá. Mesmo nós sendo homens vamos defender os interesses da mulher”, declarou.
Cida Amaral (Pros) afirmou que já está na presidência da Procuradoria da Mulher na Casa. “Não faço parte e não fiz anteriormente. Mas vou ver com o presidente da Casa [vereador João Rocha] o que pode ser feito. Já estou na presidência da Procuradoria e não fui atrás de fazer parte dessa Comissão. Mesmo sendo homens, eu espero que eles discutam e defendam o papel da mulher, porque mesmo com apenas duas vereadoras, nós representamos 54% do eleitorado de Campo Grande”, ponderou.
Dharleng Campos (PP) disse que não estava sabendo da situação. “Fui pega de surpresa agora. Achei que a Cida fosse entrar. Nos últimos dois anos eu fui presidente da Procuradoria da Mulher e agora ela será. Estou em várias outras Comissões, acabei não dialogando para entrar nesta”.
Representatividade
Mais de 52% do eleitorado de Mato Grosso do Sul é composto por mulheres. Em Campo Grande o cenário não é deferente, elas somam 53,9%. No entanto, quando o assunto é representatividade parlamentar os números despencam.
Dos 29 vereadores de Campo Grande, apenas duas são mulheres: Dharleng Campos (PP) e enfermeira Cida Amaral (PTN). Em 2012, foram eleitas Rose Modesto (PSDB), Carla Stephanini (MDB), Luiza Ribeiro (PPS) e Thais Helena (PT).
Na Assembleia Legislativa, o cenário é ainda pior: nenhuma mulher foi eleita em 2018. Na última legislatura, era três deputadas: Grazielle Machado (PR), Mara Caseiro (PSDB) e Antonieta Amorim (MDB).
(Com Richelieu Pereira)
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