O deputado estadual (PTB) usou a tribuna da Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (2) para reclamar sobre a morte de uma criança de um ano na Aldeia Bororó, em Dourados que, segundo o parlamentar, teria acontecido por causa do bloqueio na MS-156. Razuk, que é filho da prefeita da cidade Délia Razuk, apontou ainda dois vereadores que estariam na manifestação como ‘omissos'.

A organização do movimento, incluindo um cacique, afirmaram nesta manhã ao Jornal Midiamax que existem até mesmo outros caminhos para que os veículos cheguem mais rápido à aldeia e negaram estar bloqueando a passagem de veículos da Saúde e moradores.

O parlamentar afirmou que o Município sequer tem a obrigação de fornecer o transporte. “A prefeitura faz isso com despesa própria. Como os ônibus foram para a manutenção e os recursos do são escassos, parou de fornecê-los. Essa manifestação é política. Uma criança morreu na aldeia porque os manifestantes não deixaram o carro passar”, reclamou na tribuna.

Neno disse acreditar que o veículo seria da Funasa e apontou os vereadores Madson Valente (DEM) e Olavo Sul (Patriota) como omissos, já que estariam no protesto, segundo o parlamentar. “Deviam ter deixado o carro passar e socorrer a criança. Não consigo expressar o que sinto pelos dois neste momento. Eles precisam ser punidos. Situação política é uma coisa, agora vida de pessoas é outra”, relatou.

Deputado estadual pelo DEM, usou a parte para dizer conhecer o vereador Madson e afirmar que não acredita que o parlamentar estivesse na manifestação. “Não acredito que ela tenha se omitido. Ouvimos o lado esquerdo e precisamos também ouvir o direito, com cautela, para não acusar ninguém de algo tão sério”.

Bebê morreu à noite

Uma criança de 1 ano morreu na noite desta terça-feira (1) na aldeia Bororo, reserva indígena de Dourados e a mãe alega que o socorro demorou a chegar devido o bloqueio que estudantes fazem na rodovia MS-156.

Em boletim de ocorrência, a mulher de 18 anos diz que seu filho apresentava um quadro febril com vômito e diarreia e a encaminhou na segunda-feira (30) para um posto de saúde da aldeia. A criança foi medicada e liberada.

Durante a terça-feira, a criança voltou apresentar problemas de saúde com dificuldades de respirar e como estava sem meios de transporte acionou a Funasa (Fundação Nacional de Saúde). A mãe alega que o motorista não conseguiu chegar a sua residência por ficar parado no bloqueio de estudantes na rodovia.

Jornal Midiamax esteve na manhã desta quarta-feira (2) na região de bloqueio e ouviu do cacique da reserva indígena Jaguapiru, Izael Morales, conhecido como Néco, que não há impedimento para veículos de saúde.

“Samu, Bombeiros, polícia e até pessoas que trabalham no setor da saúde estamos autorizando a passar. O pessoal da Funasa também conhece caminhos até mais rápidos que por aqui e não houve nenhum impedido de acesso à aldeia”, rebateu.