Rejeitado nas urnas, candidato xinga cabos eleitorais e briga vira caso de polícia

Uma cabo eleitoral do postulante a deputado estadual Elenilton Dutra (Patriota, antigo PEN) registrou boletim de ocorrência contra o candidato por injúria, após receber mensagens de voz pelo WhatsApp em que é chamada de “lixo, vagabunda, traidora”. A queixa foi registrada na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Campo Grande, na noite de domingo […]

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Uma cabo eleitoral do postulante a deputado estadual Elenilton Dutra (Patriota, antigo PEN) registrou boletim de ocorrência contra o candidato por injúria, após receber mensagens de voz pelo WhatsApp em que é chamada de “lixo, vagabunda, traidora”. A queixa foi registrada na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Campo Grande, na noite de domingo (7).

De acordo com o documento apresentado ao Jornal Midiamax, na manhã desta segunda (8), a vítima, que pediu para não ser identificada, diz que os xingamentos foram enviados a um grupo de cabos eleitorais, logo após a apuração dos votos. Ela, em conversa privada, questionou o motivo das ofensas e recebeu mais impropérios e ameaças em resposta. (Confira no áudio acima)

Nas gravações enviadas à reportagem, Elenilton reclama de ter recebido pouco mais de mil votos (1.279 exatamente), sendo que contratou 800 cabos eleitorais em 55 municípios. “Fui traído, seus vagabundos. Amanhã vai lá… Vai ser se eu não vou meter a mão na cara de vocês, seus vagabundos”, diz irritado.

Em outro trecho, Elenilton afirma que gastou mais de R$ 500 mil com a campanha e complementa: “Quero ver quem é o macho para me cobrar agora, quero ver quem é que vai me cobrar… Quero ver voto por voto, seus traidores, vagabundos. Me esquece, que eu nem quero conversa com vocês mais”.

No entanto, no registro de candidaturas do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o candidato informou até o momento ter investido R$ 16 mil, com uma arrecadação de R$ 13,7 mil. Os participantes ainda têm prazo para entregar a prestação de contas final e esses valores podem sofrer alteração.

Em um dos áudios, ele diz ter recursos para pagar os trabalhadores, mas que não vai pagar e que os insatisfeitos entrem na Justiça. “Vocês querem dinheirinho para matar a fome de vocês? É isso que vocês querem? Eu tenho, mas para vocês eu vou dar nada, seus m****”.

A reportagem tentou contato com Elenilton, mas as ligações caem direto na caixa de mensagens em seu celular pessoal. Os próprios cabos eleitorais afirmam que ele não atende o telefone por causa das cobranças.

Uma funcionária da campanha próxima a Elenilton confirmou a autenticidade dos áudios e afirma que as gravações foram feitas em um momento em que estava “bravo” e “bêbado”. Ele teria ficado “muito entristecido” com o resultado das urnas, pois “teve votos muito menores” do que esperava.

Presidente regional do Patriota, Lidio Lopes explica que o partido não tem nada a ver com isso e cada candidatura é independente. O partido apenas disponibiliza a sigla e não tem responsabilidade. “É um partido pequeno e não veio fundo partidário. Cada um tocou sua campanha como pode”, justifica.

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