‘Não é requisito para ser ministro da educação saber sobre dicionário dos travestis’, diz filho de Bolsonaro sobre Enem
Filho do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), usou sua conta no twitter, nesta segunda-feira (5), para ironizar questão do Enem que tratou sobre cultura LGBT. A pergunta teve como base trecho de reportagem publicada pelo Jornal Midiamax em junho do ano passado. No tweet, Eduardo publicou uma foto da questão […]
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Filho do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), usou sua conta no twitter, nesta segunda-feira (5), para ironizar questão do Enem que tratou sobre cultura LGBT. A pergunta teve como base trecho de reportagem publicada pelo Jornal Midiamax em junho do ano passado.
No tweet, Eduardo publicou uma foto da questão com a legenda “aviso que não é requisito para ser ministro da educação saber sobre dicionário dos travestis ou feminismo”.
Em outra manifestação na rede social, o deputado seguiu na crítica à questão aplicada nesta primeira fase do Enem.
“Prezados estudantes, quando vocês forem ser entrevistados para um emprego ou estiverem abrindo um empreendimento aviso: sexualidade, feminismo, linguagem travesti, machismo e etc terão pouca ou nenhuma importância. Portanto, estude também o que lhe deixará apto para a vida”.
Aviso que não é requisito para ser ministro da educação saber sobre dicionário dos travestis ou feminismo. pic.twitter.com/hCeTRVx7su
— Eduardo Bolsonaro 17 (@BolsonaroSP) 5 de novembro de 2018
Questão
A reportagem explica, por exemplo, que o pajubá utiliza elementos (principalmente, mas não só) do idioma iorubá – que não tem uma flexão de gênero, como no português (‘o menino’ e ‘a menina’). Ao mesmo tempo, os dogmas do candomblé admitem a flexibilização entre masculino e feminino, algo que na tradição cristã é impensável.
“Assim, não foi à toa que os terreiros de candomblé tenham se tornado uma espécie de ‘espaço de existência’ de gays e travestis daquele tempo, meados do Século XX, onde essas pessoas podiam viver suas identidades sem represálias. Foi nos terreiros, portanto, que a assimilação do iorubá para uma linguagem cifrada teve início”, traz a reportagem.
Para o professor e gestor cultural Caciano Lima, que fez a prova por uma experiência pessoal, é importante que o Enem proporcione a interação dos temas clássicos, como língua portuguesa, com outras matérias, como antropologia e sociologia, como foi a proposta da questão.
“Cada ser humano vive em um grupo social e neles, acredito, se reconhecem. As línguas partem da nossa cultura e características do meio em que vivemos. Muitos se reconheceram e sentiram o pertencimento social quando se deparam na prova com um assunto como esse”, destaca.
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