Líder do governo recebeu R$ 5 milhões por ‘importância política’, diz delator

MPF acusa Jucá de receber para aprovar MP

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O senador Romero Jucá (MDB), líder do governo no Senado, voltou a ser acusado de receber R$ 5 milhões da Odebrecht. A acusação dessa vez partiu do ex-diretor de Relações Institucionais da empreiteira, Cláudio Melo Filho.

Cláudio Melo depôs à Polícia Federal no último dia 6 de abril. Ele disse que o dinheiro não tinha como objetivo apenas garantir que Jucá votasse a favor de vantagens fiscais para a empresa.

Segundo o ex-diretor, o repasse foi definido por Marcelo Odebrecht em razão de sua “importância política” e da “histórica relação com a empresa” do senador. As informações são da revista Isto É.

Outros delatores dizem que os R$ 5 milhões deveriam comprar o apoio de Jucá à transformação de uma medida provisória em lei. A MP concedia vantagens fiscais para empresas que atuavam no exterior, como a Odebrecht e suas subsidiárias.

O MPF (Ministério Público Federal) também aponta que Jucá teria recebido a quantia para fazer os ajustes da medida provisória no Congresso. A quantia foi paga a Jucá, que também teria recebido em favor de Renan Calheiros (MDB).

Em contrapartida, o senador teria solicitado também apoio financeiro para as eleições de 2014. Segundo o delator Cláudio Melo, Jucá teria destacado nos pedidos sua atuação frente a “temas relevantes de interesse do grupo Odebrecht”.

Outro lado

O advogado de Romero Jucá, Antônio Carlos de Almeida, disse que não se preocupa com as investigações da Polícia Federal. “A empresa doou devido à sua (Jucá) histórica relação com a empresa, como ele tinha com vários setores da economia”, disse o jurista.

“O senador é reconhecidamente um senador de muita importância no Congresso Nacional, porque ele talvez seja a pessoa que mais entende de economia e que mais é acionada nas questões econômicas”, afirmou.

O advogado criticou a atuação do Judiciário. “Eu acho que o MPF deveria olhar o que está acontecendo dentro do Poder Judiciário, para que pudesse inclusive impedir essas investigações que não terminam nunca”, proclamou.

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