Polícia Federal diz que Jucá alterou medida provisória para favorecer Gerdau

Suspeitas estão em relatório da Operação Zelotes

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Suspeitas estão em relatório da Operação Zelotes

Um relatório da Polícia Federal, no âmbito da Operação Zelotes, apontou que o ex-ministro de Planejamento Romero Jucá (PMDB) alterou o conteúdo de uma medida provisória a pedido do Conselho de Administração do Grupo Gerdau, gigante empresa de siderurgia que opera em quatorze países.

Outro relatório da Zelotes apontou que o Grupo estaria negociando com conselheiros de recursos fiscais para evitar o pagamento de R$ 1,5 bilhões em multas à Receita Federal. As negociações com Jucá foram no mesmo sentido de evitar pagamentos de impostos.

Segundo reportagem da Folha de São Paulo, a medida provisória da qual Jucá era relator tratava das tributações nos lucros das multinacionais em territórios do exterior. O texto foi aprovado pelo Congresso e pela Presidência da República com pelo menos uma alteração solicitada pela Gerdau.

A Polícia Federal destaca que o material “indica possíveis práticas consubstanciadas na negociação ilegal de emendas à medidas provisórias […], tendo como contraprestação doações eleitorais, com elementos que apontam para a participação de condutas (em tese, criminosas)” de Jucá, e também dos deputados Alfredo Kaefer (PSL) e Jorge Côrte Real (PTB).

A reportagem ainda aponta que as negociações começaram dois meses antes da medida provisória ser aprovada pelo Congresso, em abril de 2014, por uma troca de e-mails. A Gerdau teria informado a Jucá que o texto apresentado pelo senador “não atende plenamente” os interesses da empresa, pois só uma das emendas solicitadas teriam sido incluídas.

No caso dos deputados Kaefer e Côrte Real, ambos assinam três emendas cujas aprovações foram defendidas por Gerdau junto a Jucá e ao Ministério da Fazenda. Os investigadores não detalharam se alguma delas foi acatada.

Conteúdos relacionados

campo grande planurb casa civil