‘Poderia ter afastado apenas da linha sucessória’ 

Com ressalvas à decisão da Mesa Diretora de manter Renan Calheiros como presidente do Senado, enquanto não sai deliberação do STF (Supremo Tribunal Federal), o senador sul-mato-grossense Waldemir Moka (PMDB) disse, nesta terça-feira (6), que é a favor do cumprimento da decisão judicial, porém, que lhe chama atenção, o fato de uma decisão provisória, afastar o presidente de um poder.

“Entendo que a decisão judicial não deve ser contestada e sim cumprida. No entanto, o que chama atenção é o fato de uma decisão liminar, provisória e precária, afastar o presidente de um poder. Se amanhã, o plenário do Supremo decidir pelo afastamento, aí não haverá saída ao presidente Renan, se não, o de deixar o cargo”, avaliou.

Para Moka, a decisão do ministro Marco Aurélio deveria apenas impedir que Renan assumisse a presidência da República, em caso de ausência de Michel Temer (PMDB), embora sinalize, que não é a favor de Renan na presidência do parlamento. “O ministro que concedeu liminar afastando o presidente, poderia ter afastado Renan apenas da linha sucessória da Presidência da República e não do cargo. Falo isso com muita serenidade, porque não votei em Renan para presidir o Senado. Se dependesse do meu voto, o Senado teria outro presidente”, continuou.

Ainda ressaltando contrariedade ao então presidente da Casa, Moka nomeou quem gostaria de ter na presidência, na época da votação. “Todos sabem que trabalhei pela candidatura do senador falecido Luiz Henrique Silveira (PMDB-SC), mas fomos vencidos pelo trator do senador Renan e do Palácio do Planalto, à época ocupado pela presidente Dilma Roussef (PT)”, complementou.

O Jornal Midiamax tentou contato com os outros dois senadores que representam MS, Pedro Chaves (PSC) e Simone Tebet (PMDB), mas até o fechamento desta matéria, não obteve retorno. Ontem (5), a senadora Simone foi enfática ao afirmar ao Jornal, que “decisão do Supremo não se discute, se cumpre”.

Descumprimento – A Mesa do Senado decidiu na tarde desta terça-feira (6) aguardar a deliberação do Plenário do STF (Supremo Tribunal Federal) para tomar providências sobre um possível afastamento do presidente Renan Calheiros (PMDB-AL).

Numa extensa reunião, os integrantes da Mesa decidiram conceder prazo regimental para que Renan se defenda da decisão liminar do ministro Marco Aurélio Mello de afastá-lo da Presidência da Casa a partir de um pedido do partido Rede Sustentabilidade.

Renan terá cinco dias úteis para apresentar defesa escrita. Caso não o faça, será nomeado um defensor dativo que também terá cinco dias úteis para se manifestar. Depois disso, o relator tem outros cinco dias úteis para proferir seu voto.