Delcídio recorreu a ministro para quitar dívida de R$ 1 milhão de campanha

Nao houve respaldo por parte do partido

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Nao houve respaldo por parte do partido

O senador Delcídio do Amaral admitiu durante delação premiada que recorreu ao ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República e tesoureiro da campanha presidencial, Edinho Silva, para quitar dívida de R$ 1 milhão relativa à campanha de 2014 na qual tentou se eleger governador do Estado. Ele contou o fato para dizer, em seguida, que as verbas são oriundas da Saúde.

O parlamentar devia o valor às empresas FBS e Black Ninja, sendo que a proprietária da última, Zilmar Fernandes, é ex-sócia do marqueteiro Duda Mendonça. Mesmo assim esclareceu não haver irregularidades quanto às companhias. Sendo assim, em novembro de 2014 o delator pediu R$ 1 milhão para Edinho, pois “quando havia dificuldades de repasse pelo PT nacional” era ministro-chefe quem resolvia.

Dias depois de solicitar o montante, Edinho pediu que as empresas apresentassem notas fiscais relacionadas as respectivas dividas. Ambas acataram o pedido e tiveram que pagar imposto correspondente. No entanto, logo depois começaram a surgir denúncias de que a companhia especializada em farmacêutica EMS estava envolvida em escândalos, “de modo que tanto a FSB quanto a Black Ninja não quiseram mais receber qualquer valor da EMS e, assim, cancelaram as notas e ficaram no prejuízo”.

Delcídio, por sua vez, relatou o ocorrido a Edinho requerendo solução, mas o secretário disse que o então ministro da Casa Civil, Aloízio Mercadante, resolveria o assunto. Procurado o atual ministro da Educação “se esquivou de qualquer responsabilidade e sugeriu ao depoente que agendasse encontro com o presidente da EMS”, este o sul-mato-grossense não conhecia, por isso não seguiu a instrução e as dívidas ficaram ‘penduradas’.

Sendo assim, o delator acredita que a sugestão de Edinho pode ter ocorrido para o pagamento de outras dividas, tendo em vista que a EMS tem boa relação com Mercadante, Edinho e com o governo Federal. Nesta parte da delação o senador relata haver verdadeira ‘queda de braço’ para indicação de nomes às agências reguladoras relacionadas à Saúde.

“Até pela visibilidade negativa que o caso da Lava Jato impôs aos setores de energia, engenharia e petróleo”. Ele delata, ainda, que atualmente esta a cargo de senadores do PMDB realizar tais indicações. Os mais fortes, segundo ele, são Eunício de Oliveira, Romero Jucá e o presidente da Casa, Renan Calheiros, que “possuem papel e força incontestáveis” quanto ao assunto.

As indicações mais recentes foram feitas em maio do ano passado por parte de José Carlos de Sousa Abraão, apadrinhado do PMDB do Senado, para o cargo de Diretor-Presidente da Agencia Nacional de Saúde.

Para finalizar o ex-petista ressaltou ter relações com a FSB e Black Ninja “as quais desempenham serviço sério e regular”. As dívidas que ele contraiu junto as empresas “eram decorrentes de serviços efetivamente prestados por ambas”.

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