Olarte exigiu nomeação de Ronan e até assinava ponto dele, diz Bernal

 Bernal disse que conheceu Olarte como vereador

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 Bernal disse que conheceu Olarte como vereador

O prefeito de Campo Grande Alcides Bernal (PP) esperou duas horas nesta sexta-feira (27)para começar a depor como testemunha de Gilmar Olarte no TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), apesar do pedido da defesa para que o líder do executivo municipal fosse ouvido apenas como informante e não testemunha.

O desembargador Luiz Cláudio Bonassini da Silva, que conduz as oitivas, negou o pedido da defesa, feito pelo advogado Jail Azambuja. “Mesmo a amizade ou inimizade não impedem de prestar depoimento como testemunha”, alegou Bonassini.

Bernal declarou que conhece Olarte desde 2006, quando assumiu o cargo de vereador, e que ambos mantinham relacionamento de colegas vereadores e, depois, correligionários pelo Partido Progressista.

“Sei que o Ronan era pastor na mesma igreja de Gilmar Olarte e que foi assessor dele enquanto vereador. A contratação de Ronan na Prefeitura foi uma exigência do Olarte, assim como quem assinava a folha de frequência dele era o Gilmar”.

O prefeito declarou que ficou sabendo de um suposto esquema montado a pedido de Gilmar Olarte e, para Ronan articular promessas de vantagens indevidas e chegou a dizer a Olarte que nomearia ele na Sedesc (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Social de Campo Grande), mas que as divergências políticas começaram coma descoberta dessa articulação.

Bernal afirma que Olarte começou a procurar fornecedores, serviços e veículos que faziam oposição à sua administração, participando inclusive de reuniões sem o conhecimento dele.

“As pessoas me cobravam providências pelo não pagamento do Ronan e do Olarte, que eles estavam prometendo e não cumpriam doação de áreas públicas, empregos, contratos, diziam que já tinham 19 vereadores acertados para votarem pela minha cassação”. O prefeito confirmou a história da secretária de Olarte. “Ela me procurou duas vezes para dizer que estava desesperada pela falta de pagamento dele”.

Vídeo

Alcides Bernal negou que tenha oferecido R$ 10 milhões ou qualquer outro valor por um suposto vídeo contra Gilmar Olarte. Neste momento, o desembargador interrompeu o prefeito e pediu para que ele não relatasse sobre o vídeo, que não era objeto do processo. Jail Azambuja perguntou por qual motivo Bernal não denunciou Olarte, já que ele sabia das denúncias, e teve o pedido indeferido pelo desembargador. 

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