Ex-secretário defende Gisa e questiona relatório que apontou irregularidades

Para Mandetta, o problema do Gisa foi técnico, que acabou politizado

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Para Mandetta, o problema do Gisa foi técnico, que acabou politizado

O deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM), secretário municipal de Saúde na gestão do ex-prefeito de Campo Grande Nelsinho Trad (PMDB), defende o Gisa – sistema de agendamento de consultas da rede pública que nunca funcionou – e questiona a autenticidade do relatório da CGU (Controladoria Geral da União) que aponta irregularidades na implantação da ferramenta. O projeto custou quase R$ 10 milhões mas, em virtude dos problemas constatados o contrato foi rescindido pelo Ministério da Saúde, em janeiro deste ano e, agora, o governo federal quer de volta R$ 8,2 milhões.

Para Mandetta, ouvido nesta quinta-feira (22), o problema do Gisa foi técnico, que acabou politizado. Apesar de reconhecer falhas, o deputado elogiou o sistema, ao afirmar que reduziria gastos na saúde pública e beneficiaria o paciente que não possui plano de saúde. “(A Prefeitura) Teria economia superior a R$ 3 milhões”.

Sobre irregularidades apontadas pela CGU – e que basearam a decisão do Ministério da Saúde de rescindir o contrato com a empresa Telemídia –, o ex-secretário disse que “ainda não viu o relatório”, demonstrando dúvida com relação ao documento, ao mencionar ser um parlamentar da oposição, enquanto o relatório foi feito por um órgão ligado ao governo federal.  “Prefiro aguardar”.

Se funcionasse, comparou, o Gisa proporcionaria agilidade de agendamento de consultas semelhantes a planos de saúde, no qual é possível marcar procedimentos via telefone. O relatório da CGU indica, ainda, crime de improbidade administrativa por parte do ex-secretário e o então prefeito Nelsinho Trad.

De acordo com a investigação, o “prejuízo potencial” aos cofres públicos soma R$ 6.861.705,73, mas pode chegar à totalidade do contrato (R$ 8.893.000,00), em virtude das irregularidades encontradas, muitas delas classificadas como “insanáveis”.

Levando em consideração o relatório, o Ministério da Saúde rescindiu o contrato com a empresa Telemídia, que desenvolveu o sistema inoperante. Obrigou, ainda, a devolução do dinheiro investido, por parte da Prefeitura, aos cofres públicos até 8 de fevereiro.

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