Empresa de ‘papa obras’ assume, sem licitação, término do Aquário do Pantanal

Segundo funcionários a obra é comandada pela Proteco, depois que Egelte abandonou o canteiro

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Segundo funcionários a obra é comandada pela Proteco, depois que Egelte abandonou o canteiro

A denúncia feita ao Jornal Midiamax de que funcionários que trabalham na construção da obra do Aquário do Pantanal estariam sem receber o salário de dezembro, levou à descoberta de que o projeto tem sido tocado pela Proteco Construções, de propriedade do empreiteiro João Amorim.

No canteiro de obras do Aquário a movimentação é pequena, bem diferente da realidade vista nos últimos meses da gestão de André Puccinelli (PMDB), quando houve um acréscimo de trabalhadores na tentativa de concluir a obra.  A reportagem esteve no local e não teve o acesso permitido.

Segundo os funcionários, a Egelte Engenharia empresa que venceu a licitação em 2011 com um preço de R$ 84,7 milhões, teria deixado a obra no final de 2014. No canteiro, o responsável seria um engenheiro identificado apenas como Marcondes, funcionário da Proteco, de João Amorim. Marcondes não atendeu a reportagem sob a alegação de que estaria em reunião com em reunião com representantes da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimento).

No endereço comercial da Proteco, a informação prestada é de que o escritório está fechado, e que o “Dr. João (Amorim)”, só aparece para reuniões agendadas. No pátio da empreiteira o funcionário da segurança não permitiu a entrada da reportagem e se negou a prestar maiores informações.

O secretário de obras do Estado, Marcelo Miglioli, que também acumula a direção da Agesul, foi procurado para comentar a troca de comando do Aquário, mas, segundo a assessoria de comunicação do governo ele passou a tarde em reunião e não retornou até o fechamento da matéria.

Alguns trabalhadores ouvidos pela reportagem, mas que não quiseram se identificar por temer represálias da empreiteira, contaram que o problema da falta de pagamento se deve exclusivamente à Proteco. Segundo eles, a informação passada pelos chefes da obra é que Puccinelli teria feito o pagamento de dezembro à empresa de João Amorim, que por sua vez teria retido o repasse para forçar as subcontratadas a não deixar o canteiro de obras.

Na semana passada, o governo estadual decidiu dar continuidade à obra, sob a justificativa de que ‘projetos parados prejudicam a população’. Nas contas apresentadas pela administração tucana, o Aquário do Pantanal já custou 105% a mais do que o valor inicial previsto, já que dos R$ 84,7 milhões apresentados pela Egelte em 2011, a obra já consumiu pelo menos R$ 173 milhões, e já há mais R$ 34 milhões empenhados para o término dos trabalhos.

Responsável atual pela obra, a Proteco sequer participou da licitação que terminou em 2011. Além da Egelte, que pretendia concluir a obra em 900 dias, ou 2,4 anos, o Consórcio Azevedo & Travassos – DM, apresentou um valor de R$ 87,6 milhões. Profissional ouvido pelo Midiamax questionou a capacidade técnica (acervo) da Proteco para a construção de obras especiais, como é o caso do Aquário.

Inicialmente, o dinheiro para construção do Aquário estava previsto dentro do pacote de obras MS Forte, lançado por Puccinelli em 2009 e orçado em R$ 3,1 bilhões e que tinha financiamento junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) como maior fonte de recursos.

Recentemente, João Amorim foi denunciado ao Ministério Público por supostamente comandar um esquema de direcionamento de licitações no Estado, em favorecimento a um grupo de empreiteiras comandadas por ele. 

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