Orçado em R$ 84 milhões, projeto já custa 173% mais

A Assembleia Legislativa criou uma comissão para acompanhar as obras do , em construção no Parque das Nações Indígenas, em , ao custo atual da ordem de R$ 230 milhões. Entre os membros indicados até o momento para o grupo está a deputada estadual Antonieta Amorim (PMDB), irmã de um dos empreiteiros que mais têm contratos com o Poder Público em Mato Grosso do Sul.

“Esta obra tinha uma projeção de término e de recursos, mas agora se vê que não tem previsão de acabar”, disse o proponente da comissão, Lídio Lopes (PEN). Segundo ele, também há problema com relação aos peixes que abrigarão os tanques do projeto – atualmente, eles estão armazenados provisoriamente na sede da PMA (Polícia Militar Ambiental), em Campo Grande, o que custa cerca de R$ 120 mil mensais, e há informações de que a intenção do governo é transferi-los para a Uems (Universidade Estadual de MS) em Aquidauana, 139 quilômetros a oeste da Capital.

A comissão ainda não está instituída oficialmente. PMDB, PSDB e PT, donos das maiores bancadas, indicarão um membro cada, enquanto o bloco parlamentar dos partidos com menos representantes indicarão os outros dois.

Por enquanto, o PMDB indicou Antonieta para titular e Renato Câmara para suplente. A deputada é irmã de João Amorim, dono de empresas como a Proteco, que mantém contratos milionários com o governo do Estado e a Prefeitura de Campo Grande.

O deputado Marquinhos Trad (PMDB) questionou a definição dos nomes. Ele disse não ter participado da escolha e que deseja ser membro da comissão.

Amarildo Cruz, indicado pelo PT para ser titular no grupo, diz que a comissão deverá inicialmente reunir-se com órgãos estaduais para “se municiar de informações” sobre a obra do Aquário do Pantanal. Depois, então, será estabelecido um cronograma de trabalho.

O petista lembrou ter feito requerimento ao governo pedindo informações sobre as condições da obra e dos peixes que estão na PMA. Segundo ele, a ideia de levar os animais para Aquidauana poderia ser prejudicial, causando a morte de muitos deles.

A última previsão do governo é de que o Aquário do Pantanal seja inaugurado em 2016. O governo anterior, de André Puccinelli (PMDB), que lançou o projeto, esperava abrir as portas do empreendimento em dezembro do ano passado.

Segundo o atual governo, a obra, anunciada como o maior aquário de água doce do mundo e que abrigará, além de ponto turístico, um centro de pesquisa, custará 173% mais do que o previsto no orçamento inicial. Dos iniciais R$ 84 milhões licitados, o montante gasto vai chegar à casa dos R$ 230 milhões.