Ex-prefeito diz esperar outro processo denunciando golpe de vereadores e Olarte

 

O ex-prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), lamentou o fato do (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) ter excluído vereadores de Campo Grande de processo onde o prefeito é citado em “medidas investigatórias sobre organizações criminosas”.

O ex-prefeito esperava que o processo, que está sob sigilo, revelasse o “golpe” citado por ele entre vereadores e Olarte para derrubá-lo da prefeitura. “É de conhecimento público o que alguns veículos de informação repercutiram, que recursos que o pessoal arrecadava era utilizado para distribuir para alguns vereadores. Tanto é assim, que até a ordem de busca e apreensão foi determinada. O próprio desembargador que coordenava afirmou que a situação era extremamente grave”, lamentou.

Bernal diz que ficou sabendo de escutas telefônicas que revelavam até vantagens indevidas para vereadores votarem a favor da cassação. “Também não resta dúvida de que vantagens indevidas acabaram acontecendo. Pediram e foi dada, tanto assim, que vereadores que votaram na cassação ocuparam cargos, secretarias. O Gaeco chegou a chamar vereadores. São fatos de conhecimento público, que a imprensa repercutiu. Não resta dúvida do vínculo dos vereadores”, opinou.

Caso seja confirmado que os vereadores não estão no processo, Bernal espera que a Justiça apresente outro procedimento investigatório. “Não há dúvida de que há vinculação muito forte de corrupção, formação de quadrilha, que era justamente para que pudesse assumir a Prefeitura de Campo Grande. Não tenho dúvida diante dos fatos todos que foram a conhecimento publico. Não pode a corda arrebentar do lado mais fraco. Mas, aprendi que tem que ter esperança no Poder Judiciário e sigo tendo esperança. A prova do crime o Gaeco, com competência que tem, buscou e obteve. O próprio Dário oficial traz prova de troca de vantagem. O Edil Albuquerque (PMDB) assumiu a Sedesc, Jamal Salém (PR) e Paulo Siufi (PMDB) dividem a Saúde e o IMPCG. Precisa maior prova do que isso”, concluiu.

O Caso

Em nota divulgada nesta sexta-feira o desembargador Cláudio Bonassini afirmou que o processo  trata exclusivamente de fatos relativos à esfera criminal e que envolve apenas o prefeito, Ronan Edson Feitosa e Luiz Márcio dos Santos Feliciano.

Segundo o TJMS, Olarte é investigado por corrupção passiva, continuidade delitiva e lavagem dinheiro. O processo tramitará no Tribunal de Justiça em razão da condição de prefeito de um dos acusados. No momento o desembargador aguarda defesa dos acusados. Após a defesa, o relator apresentará voto recebendo ou rejeitando a denúncia, e o submeterá ao julgamento pela Seção Criminal, que decidirá por maioria de votos.