Após suspensão de lanche de luxo, Câmara compra café e suco sem licitação
Câmara voltou a servir suco e chá para vereadores durante sessões
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Câmara voltou a servir suco e chá para vereadores durante sessões
Quase dois anos após manifestações que obrigaram a Câmara a cancelar café de luxo, vereadores voltam a sair do café e água em Campo Grande. Aos poucos, discretamente, eles vão inserindo suco, chá, e outros mimos, bem às escondidas.
Na sessão as xícaras de café e os copos de água vão dando espaço a xícaras maiores, com conteúdo pouco visível. Porém, este cafezinho melhorado não se restringe ao plenário. Em reunião recente, na sala da presidência, o Midimax flagrou um suco na mesa da presidência, no mesmo lugar onde há dois anos fotografou um café requintado.
Na mesa, pelo menos no dia do flagrante, não havia comida. Porém, a reportagem apurou que algumas providências foram tomadas para evitar problemas. O acesso a sala secreta dos vereadores, por exemplo, só é permitido via presidência, o que não acontecia antes.
Secreto
No Portal da Transparência da Câmara não há nenhuma licitação para compra de café ou algo parecido, como há dois anos. Procurada pela reportagem, a assessoria da Câmara informou que:
“Os produtos como água, café, chá e suco não atingem individualmente os valores mínimos por ano para necessitar de licitação. Contudo, a Câmara está mensurando o cunsumo destes itens desde abril de 2014 para lançar uma licitação conjunta neste primeiro semestre, visando a economicidade de gastos”, justificou.
Passado
Em 2013 o Midiamax revelou contrato de R$ 76.647,50 da Câmara com a Panificadora Tietê. Ele obrigava a padaria a servir lanches uma vez ao dia, sempre às 7 horas, e com uma hora de antecedência nos eventos do período noturno, quando solicitado pela Câmara.
À época a reportagem apurou que um café da manhã na mesma padaria, com seis salgados, dois sanduíches mini-sírio, 300 gramas de bolo caseiro, Carolina de chocolate, suco de laranja e frutas diversas custava R$ 13,50 por pessoa. Com isso, constatou que o contrato de R$ 76.647,50 feito pelos vereadores, dividido pelo preço do café orçado, daria para servir café para 5.677 pessoas na Câmara.
O cardápio, revelado pela reportagem do Midiamax à época tinha água de coco, iogurte, granola, frutas, salgados, suco, salada de frutas, bolo caseiro com cobertura, café expresso, capuccino, refrigerante, pão recheado, pão de centeio, queijo, tortas doces e salgadas e cuca.
Assim que a reportagem foi divulgada em 2013 a Câmara fez pouco caso, avisando que não cancelaria o contrato. Porém, dias depois, em meio à onda de protestos, foi obrigada a anunciar o cancelamento. Ainda assim foi alvo de manifestantes, que chegaram a quebrar a porta do Poder Legislativo em protesto contra regalias.
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