Após dizer que vice era “obra de Deus”, André nega testemunho para Olarte

“E a pedido dele? Deus me livre!”

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“E a pedido dele? Deus me livre!”

O ex-governador André Puccinelli (PMDB) demonstrou mais uma vez na manhã desta sexta-feira (16) querer distancia do seu nome ao de Gilmar Olarte, vice-prefeito afastado de Campo Grande, na Operação Coffe Break, que investiga suposto esquema de compra de votos para colocar o pastor à frente da administração municipal.

Ao sair da reunião do partido nesta manhã, Puccinelli afirmou que “ouviu dizer” que Gilmar Olarte teria arrolado 450 testemunhas e, entre elas, o próprio ex-governador. “Descobre isso aí pra mim, que eu não quero ser testemunha de ninguém. E a pedido dele (Olarte)? Deus me livre!”, comentou.

Esta não é a primeira vez que André usa o nome de Deus para falar do vice-prefeito afastado. Logo que assumiu a administração, ambos entregaram um residencial que, segundo Puccinelli, estava com as obras paradas há mais de um ano, durante a primeira parte da gestão de Alcides Bernal.

No vídeo que registrou a entrega de casas, Gilmar se gaba do apoio do então governador, ao comentar: “aí surgiu o Olarte”. Puccinelli ouve o comentário e diz: “por obra de Deus e da Justiça”, e é aplaudido por todos.

“Aí, gostei, governador”, comenta Olarte. Puccinelli continua: “Aí vem o vice”, e é remendado por Gilmar “para salvar a pátria”. André segue criticando a postura do atual prefeito, reconduzido ao cargo por decisão judicial.

O ex-governador André Puccinelli (PMDB) estava entre os oito citados pela Polícia Federal como investigados na Operação Lama Asfáltica. O governador, descrito como “muito cauteloso ao telefone”, estava na lista dos que o delegado Marcos André Araújo Damato considerou que precisariam ser presos temporariamente.

Além de Puccinelli, integravam a lista o ex-deputado federal Edson Giroto (PMDB), Maria Wilma Casanova, adjunta na secretaria de Obras, Hélio Yudi, fiscal terceirizado, Marcos Puga servidor da Agesul, Beto Mariano, Edmir Fonseca Rodrigues, Márcia Alvares, Newton Stefano e André Luiz Cance.

O Ministério Público Federal chegou a dar parecer favorável a prisão temporária, por cinco dias, dos oito, e para prisão preventiva de Amorim, Elza Araújo (sócia dele) e Rômulo Menossi. Porém, o juiz federal Dalton Igor Kita não autorizou, alegando que não havia indícios de materialidade e autoria da prática de ilicitude.

O juiz ressaltou que Puccinelli foi citado por duas interceptações onde o secretário adjunto da Fazenda, André Luiz Cance, falava sobre a “alvorada e alvorecer”, que seria,segundo a Polícia Federal, referente a contrato com a Gráfica Alvorada, firmado no final da gestão dele; por viagens no avião de Amorim e por doações de campanha. 

 

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