Após 40 dias, tapa-buraco fantasma continua impune e CPI emperrada

Campo Grande continua pagando para tapar buracos e convivendo com crateras

Há 40 dias o Jornal Midiamax divulgava vídeo de um leitor que gravou uma empreiteira tapando o que classificou como “buraco fantasma” em Campo Grande. O flagrante ganhou repercussão no País inteiro, o que fez alguns vereadores prometerem até CPI para investigar o trabalho. Porém, após muito barulho, ninguém foi punido e as providências ficaram apenas na promessa.

A Prefeitura prometeu cancelar todos os contratos e fazer novas licitações já neste início de março. Mas, nesta primeira semana nada aconteceu. A inércia também atinge os vereadores, que vão levar o secretário de Obras, Valtemir de Brito, pela terceira vez à Câmara.

A dificuldade de acesso e entendimento dos documentos fez a Câmara chamar o secretário novamente, o que deve acontecer apenas no dia 16 de março, duas semanas depois de o vereador Carlão (PSB) convocá-lo para se explicar.

Em meio a tantas promessas e com gasto milionário, ninguém sabe dizer se a fiscalização está acontecendo e se as empreiteiras estão ou não tapando buraco fantasma. Segundo dados enviados pela própria Prefeitura, nos últimos cinco anos foram gastos R$ 372,5 milhões só com tapa-buraco, sendo R$ 51,9 milhões em 2010, 64,5 milhões em 2011, R$ 109,9 milhões em 2012, R$ 68,2 milhões em 2013, R$ 71,2 milhões no ano passado e R$ 6,69 milhões nos dois primeiros meses deste ano.

Mesmo com tanto gasto, a CPI emperra na má vontade da maioria dos vereadores, que não assinou o requerimento. A CPI do Buraco precisa de 10 assinaturas para sair do papel, mas só oito assinaram: “Chiquinho Telles (PSD), Luiza Ribeiro (PPS), Paulo Pedra (PDT), Cazuza (PP), Ayrton do PT, Thais Helena (PT), Alex do PT e José Chadid (sem partido)”.