André Puccinelli manda Cassems onerar servidores aposentados para bancar plano de saúde

A pressão do Fórum Estadual de Entidade de Servidores Públicos de Mato Grosso do Sul está incomodando o governador André Puccinelli. O chefe do Executivo teceu crítica aos servidores que reivindicam maior contribuição do governo no plano de saúde Cassems (Caixa de Assistência dos Servidores do Estado de MS), disse que eles não falam toda a verdade e que os aposentados é que deveriam ser onerados.

“Por que não oneram os aposentados deles?”, questionou o governador, que participou da entrega da reforma e ampliação da Central de Comercialização de Economia Solidária de Mato Grosso do Sul (CCES/MS), no centro de Campo Grande. A declaração feita à imprensa acontece dias antes da reunião agendada do Fórum dos Servidores com o do governador, marcada para o próximo dia 28, às 17h.

Para Puccinelli, a Cassems deve explicar porque precisa de uma maior contribuição do governo se está fazendo um empréstimo de R$ 51 milhões pelo FCO (Fundo Constitucional do Centro Oeste) para a construção do hospital em Campo Grande. “Ainda vou dar R$ 5 milhões para o hospital e dei o de Coxim”, lembrou.

“Quem não cuida no dia a dia, quem não cuida do todo e do particular, não cuida direito da gestão. Temos dinheiro em caixa? Temos? Temos dinheiro aplicado? Temos. Mas é para fazer frente à Lei de Responsabilidade Fiscal para que nós, o governador André Puccinelli, não faça (sic) como o governo passado, quando recebi, que não foram pagos os salários e deixaram uma dívida quase que impagável”, disse.

Nas contas do governador, o Estado fechou o mês de outubro com R$ 497 milhões em caixa. Na virada do ano, mesmo com o pagamento do 13º salário, haverá um superávit de R$ 160 milhões.

O projeto orçamentário revela que a receita de Mato Grosso do Sul vai chegar a R$ 12,089 bilhões no próximo ano, o que significa um crescimento no bolo de 120% nos últimos seis anos. São R$ 2 bilhões a mais somente em relação a 2012, quando a arrecadação foi de R$ 10 bilhões.

Ainda assim, André Puccinelli acredita que para quitar todas as contas precisará arrecadar R$ 120 milhões a mais em 2014.

Para o Fórum dos Servidores, o Governo do Estado está reclamando de barriga cheia, mas a contribuição paga pelos usuários do plano de saúde chegou ao limite e a Cassems corre o risco de entrar em colapso.

Hoje, a participação do governo no plano de saúde é de 3,5% contra 5,25% dos servidores públicos.