Prefeito de Murtinho desafia a Justiça e faz campanha em rádio paraguaia
O prefeito de Porto Murtinho, Nelson Cintra (PSDB), e sua candidata na sucessão local, Rosângela Baptista (PMDB), desrespeitaram acordo celebrado com a Justiça Eleitoral para não participar de programas políticos na Rádio FM Alto Paraguai, instalada em território paraguaio. Na segunda-feira (17) e nesta terça-feira (18), Cintra e diversos integrantes da campanha de Rosângela, en…
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O prefeito de Porto Murtinho, Nelson Cintra (PSDB), e sua candidata na sucessão local, Rosângela Baptista (PMDB), desrespeitaram acordo celebrado com a Justiça Eleitoral para não participar de programas políticos na Rádio FM Alto Paraguai, instalada em território paraguaio.
Na segunda-feira (17) e nesta terça-feira (18), Cintra e diversos integrantes da campanha de Rosângela, entre os quais o ex-vereador Elias Leite (que teve o mandato cassado por mau uso de verbas públicas), falaram durante horas na emissora para pedir votos, atacar os adversários e ainda desafiar a Justiça Eleitoral.
A desobediência motivou representação movida pela advogada Débora Gibim contra a coligação de Rosângela. Com base nas gravações dos programas e no termo de compromisso celebrado dia 13 deste mês com a juíza Samantha Barione e o promotor eleitoral Marcos Brito pelos representantes de todas as candidaturas.
O acordo estabelece que, a partir daquela data, nenhum integrante das coligações, o prefeito, secretários, coordenadores ou membros da campanha, poderiam participar de programa político na emissora paraguaia. Até os próprios locutores brasileiros que atuam na Alto Paraguai deveriam ser aconselhados pelos dirigentes da campanha para não fazer comentários ou insinuar questões políticas e eleitorais.
Um dos locutores da emissora, que chegou recentemente à região contratado pela coligação de Rosângela, afirmou que a Justiça Eleitoral de Porto Murtinho perdeu o controle do processo de campanha. Referia-se, equivocadamente, ao acordo específico celebrado pelas coligações com a Justiça Eleitoral para a não-utilização da emissora paraguaia.
Outro termo, feito perante a Justiça Eleitoral, previa o uso da Rádio Guaicurus, única emissora brasileira oficialmente apta a veicular propaganda eleitoral e entrevistas de cunho político. A coligação de Rosângela se recusou a assinar o documento, preferindo ocupar os espaços da emissora paraguaia.
Agora, estuda-se a possibilidade de antecipar a chegada do reforço de tropas federais, já que o ambiente de disputa em Porto Murtinho torna-se a cada dia mais nervoso. A Justiça Eleitoral acumula dezenas de representações por irregularidades e abusos de campanha, principalmente as que tratam de tentativa de compra de votos, coação e uso ilícito da máquina e dos servidores públicos municipais.
Na manhã desta terça-feira, por exemplo, aconteceram incidentes durante uma carreata improvisada pela coligação de Rosângela para comemorar a publicação de uma pesquisa. O curioso é que essa pesquisa, antes mesmo de ser feito o trabalho de campo, já tinha seus resultados antecipados pelo prefeito, conforme provas oferecidas à Justiça Eleitoral.
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