Aliados de Nelsinho na Câmara insistem em reduzir poder de Bernal

Vereadores da base do prefeito Nelsinho Trad (PMDB) não se contentaram com apelo por telefone do futuro prefeito, Alcides Bernal (PP), e insistem em aprovar emenda que reduzirá o poder do próximo chefe do Executivo.

Sem votos suficientes para derrubar as propostas, aliados a Bernal pediram para adiar a votação, mas o presidente da Câmara Municipal, vereador Paulo Siufi (PMDB), disse que não há mais tempo e que o orçamento precisa ser apreciado ainda na sessão desta quarta-feira (19).

“A maioria definiu em deixar os 5%”, disse o vereador Airton Saraiva (DEM), fazendo menção a emenda que reduz de 30% para 5% o percentual para a prefeitura abrir créditos adicionais, sem autorização da Câmara. “Por mim, mantinha os 30%, mas estou num grupo e vou seguir a maioria”, engrossou o vereador Carlão (PSB).

Ele e Carlão puxaram, na noite de terça-feira (18), cordão de vereadores que deixou, antes do final, a cerimônia de diplomação em repúdio a discurso do ex-governador e vereador eleito, Zeca do PT. Pouco antes, os dois destacavam ligação telefônica de Bernal e sinalizavam rejeitar emendas que reduzem o poder do futuro prefeito.

Depois, no seu discurso de diplomação, Bernal apelou pela união de forças e disse só querer as mesmas condições de trabalho dos ex-prefeitos. Tanto Nelsinho quanto o governador André Puccinelli (PMDB) tiveram direito de suplementação de 30%.

Pressão

Apesar da decisão de aprovar as emendas, Carlão indicou a possibilidade de, em segunda votação na sessão de amanhã (20), retirar as propostas do Orçamento de Campo Grande para 2013.

Segundo ele, os vereadores querem mais diálogo, mas não por telefone. “Por telefone é vago”, disse em referência às ligações de Bernal, na tarde de terça-feira, aos vereadores governistas.

Para Carlão, a paz poderá ser selada com a visita do futuro prefeito à Câmara. “Hoje, ele está em Brasília, mas se amanhã vier conversar com os vereadores poderemos tirar as emendas do orçamento, na votação do mérito”, disse.