Em menos de uma semana, sete pessoas foram mortas ao apontar arma para polícia em MS
Mortes ocorreram em Campo Grande, Três Lagoas e Santa Rita do Pardo; em todas as ocorrências armas foram apreendidas
Danielle Errobidarte –
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Júlio Cesar de Matos Pereira, de 38 anos, foi o sétimo morto por forças policiais de Mato Grosso do Sul em 6 dias, na madrugada deste domingo (12). Em todas as mortes – registradas como homicídio em decorrente de oposição à intervenção policial – os autores teriam apontado a arma antes de serem baleados. Além disso, as armas utilizadas foram encontradas e apreendidas em todos os casos.
Na manhã de terça-feira (7) Kawan Adrian de Souza, de 19 anos, morreu durante cumprimento de mandado de busca em sua residência, localizada na cidade de Santa Rita do Pardo, a 267 quilômetros da Capital. O rapaz teria reagido, pulado muros das residências e apontado arma para os policiais civis.
Segundo informações da Polícia Civil, os policiais cumpriam mandado de busca e apreensão referente a um processo de ameaça contra um servidor público. Kawan tinha passagens por roubo, dano, ameaça e tráfico de drogas. Ele também seria integrante de uma facção criminosa.
Durante o cumprimento da ordem judicial, ao avistar os policiais, Kawan teria tentado fugir pulando os muros das casas próximas, na Rua Joaquim Cecílio de Lima. Em seguida, portando uma pistola 380, ele se deparou com outra equipe que cercava o perímetro.
Foi dada ordem de parada a Kawan, mas ele teria reagido apontando a arma em direção aos policiais, que atiraram. Ele foi socorrido para uma unidade de saúde, mas não resistiu.
Na residência de Kawan, foram encontrados pinos de pasta base de cocaína e um celular, que ele teria quebrado ao avistar os policiais. A arma foi apreendida.
Morto era suspeito de tentar matar o primo
Na madrugada de quarta-feira (8) Adriano Ferreira da Luz Junior, de 20 anos, também morreu após apontar arma para policiais do Choque, no Bairro Jardim Centro Oeste. Horas antes, ele foi autor de uma tentativa de homicídio contra o próprio primo, na Vila Nhanhá.
Durante diligências, os policiais conseguiram a localização de onde Adriano estaria e, ao chegarem na residência, atirou contra os militares. A motocicleta utilizada nos disparos feitos contra a casa do primo foi encontrada na varanda do imóvel.
Outro suspeito da tentativa de homicídio foi preso no local, utilizando tornozeleira eletrônica. Adriano chegou a ser socorrido para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento Comunitário) Universitário mas não resistiu.
Informações iniciais da Policia Civil, ainda no local, dadas pela delegada Joilce Ramos, são de que a tentativa de homicídio pode ter ocorrido por motivo passional. “Os primos brigaram por causa de uma mulher. Um deles se envolveu amorosamente com a convivente do outro”, relatou a delegada plantonista da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol.
Casal foi morto em casa de apoio do PCC
Horas depois, na noite da quarta (8), outro caso envolvendo confronto com policiais terminou na morte de um casal. O caso aconteceu em Três Lagoas, a 338 quilômetros de Campo Grande, em um local conhecido como ‘casa de apoio do PCC’.
Os dois mortos foram identificados como Luana Bonini dos Santos, de 33 anos, e Luiz Henrique Ferreira Lima, de 21 anos. Segundo informações, os policiais estavam fazendo o patrulhamento por volta de 21 horas na região, quando se depararam com Luana na frente da residência. Durante o dia, os militares já tinham prendido outra pessoa nos arredores.
Quando viu os policiais, Luana jogou para dentro da casa um embrulho de cor azul e entrou para a residência. Os policiais constataram ao entrar na casa que se tratava de cocaína. Já dentro da residência, os policiais deram ordem de parada a Luana, que fez menção de pegar uma arma na cintura.
Neste momento, foi dada ordem para ela largar, o que não foi obedecido e tiros foram disparados. Luiz entrou no cômodo com uma arma em punho e ao tentar fazer disparos contra os policiais foi atingido por tiros. Os dois chegaram a ser socorridos, mas morreram na unidade de saúde.
Autor já havia matado policial com tiro no rosto
Na quinta-feira (9) Diego Rodrigues Botelho, de 37 anos, conhecido como ‘Alemão’, foi morto com tiro no tórax no Bairro Parque Residencial Iracy Coelho Neto após confronto com o Batalhão de Choque. Ele chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital.
Alemão estava em um VW Gol saindo de um local do Bairro Aero Rancho conhecido por concentração de traficantes. Ele ainda desobedeceu ordem de parada e só parou o veículo tempo depois.
Diego teria demorado a descer do carro e quando saiu puxou uma arma que estava na cintura, apontando para os policiais. No carro foi apreendido um tablete de cocaína, além da arma que estava com ele, calibre .38.
Alemão já tinha sido condenado a 23 anos de prisão em regime fechado pela morte do policial Sandro Vladimir Jesuino. Diego matou o policial com um tiro no rosto, dentro de um supermercado na Vila Taveirópolis, durante um roubo ocorrido em março de 2007. O comparsa que estava com Alemão foi absolvido.
Fuga em alta velocidade e perseguição
Dois homens, identificados como Marcus Vinicius, de 24 anos, e Luan Espíndola, de 19, foram mortos na noite de sábado (11), durante troca de tiros com a Polícia Militar. Foram apreendidos dois revólveres, um calibre .38 e outro calibre .32.
Marcos estava com o revólver calibre 38 com seis munições, três deflagradas, duas intactas e uma que teve acionamento travado. Já na arma de Luan estavam cinco munições deflagradas e uma intacta.
No registro policial, consta que viatura fazia rondas no Bairro Universitário quando se deparou com o veículo Honda Civic onde estavam os suspeitos. Eles teriam apresentado comportamento atípico, se abaixado dentro do automóvel e feito manobras bruscas.
Após ordem e parada, os dois fugiram em alta velocidade, durante perseguição que se estendeu por quilômetros. De acordo com os policiais que participaram da ocorrência, em certo momento a dupla parou o carro, desceu e passou a atirar na direção dos PMs, que também atiraram.
Após a troca de tiros Marcos e Luan foram socorridos ainda com vida e levados na viatura da PM até a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Bairro Universitário, onde morreram. Conforme relato da PM, os dois mortos têm extensa ficha criminal.
Marcus tinha passagens por desobediência, ainda neste ano, homicídio em 2021, receptações em 2017 e 2018, roubo em 2015 e ameaça em 2012. Já Luan tinha passagens por tráfico de drogas em 2022, resistência em 2021, lesões corporais em 2020 e 2021, adulteração de veículo em 2019, furto em 2018, roubo em 2017, lesão corporal em 2017 e tráfico de drogas em 2017.
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