José Torres Júnior, prestador de serviços na (Fundação Municipal de Esportes), preso na última terça-feira (4) com assessor de vereador, Robson José Ximenes, será desligado de sua função de prestador de serviços gerais, segundo assessoria de comunicação da fundação.

Segundo nota enviada ao Jornal Midiamax, José desempenhava a função de serviços gerais em uma praça de Campo Grande, por meio do Proinc (Programa de Inclusão Profissional), coordenado pela Funsat (Fundação Social do Trabalho de Campo Grande). Com a prisão de José foi feito o pedido de seu desligamento.

Confira a nota na íntegra:

“O citado em questão desempenhava a função de serviços gerais em uma praça de Campo Grande, através do Proinc (Programa de Inclusão Profissional), coordenado pela Funsat (Fundação Social do Trabalho de Campo Grande). O programa tem por objetivo proporcionar uma nova visibilidade e qualificação social de pessoas em situação de vulnerabilidade, desemprego e a famílias de baixa renda no mercado de trabalho. 

Vale ressaltar que não se trata de um servidor público, mas de um colaborador que prestava serviços através do programa e recebia uma bolsa-auxílio. A legislação do programa estabelece critérios para a permanência de contrato na prestação de serviços. Considerando a condição de prisão da última terça-feira (7), o pedido de desligamento do mencionado foi enviado e o contrato fica retido até a conclusão do inquérito criminal e deliberações judiciais.”

Ajuda com cargos na Câmara Municipal

Durante seu depoimento, José disse que quando ele e Robson estavam na viatura da Polícia Militar sendo levados para a delegacia, o assessor do vereador teria pedido para que assumisse a propriedade da cocaína apreendida em duas caixas de papelão, já que arrumaria um cargo comissionado para a esposa de José.

Robson ainda teria prometido ‘cuidar' das filhas do comparsa, caso ele assumisse os 41 quilos da cocaína. O funcionário da Funesp ainda contou que na delegacia, o advogado de Robson sugeriu que ele ajudasse o assessor do vereador, dando a entender que assumisse a droga apreendida pela polícia.  

Ainda durante o seu depoimento, José contou que já tem passagens pela polícia, sendo que atualmente cumpre pena em regime domiciliar por uma condenação de roubo. Ele relatou que presta serviços para Robson há aproximadamente três anos.

José ainda relatou que na tarde de terça (4), Robson teria ligado para ele, pedindo que fosse junto buscar uma doação. Então, Robson foi até a casa do amigo no Prisma, que conforme apurado pelo Midiamax está em nome de um assistente parlamentar, nomeado no mesmo dia que Robson para cargo comissionado na Câmara Municipal de Campo Grande.

Depois, saíram dali e foram para casa de Robson, onde descarregaram as caixas dentro de um quarto. Eles ainda conversaram e, na hora de ir embora, Robson teria sugerido que ele saísse com o Prisma, para não ter que pedir carona para a esposa. Ele foi embora, mas voltou após o amigo pedir que ele levasse um carregador de celular.

Então, quando chegava, percebeu a viatura do Batalhão de Choque já na esquina na casa de Robson. José afirma que achou estranho e passou direto com o carro pelos policiais militares, mas alega que não tentou fugir. Ele ainda relata que não sabia da droga.

Assessor exonerado

Robson José Ximenes, preso após ser flagrado com cocaína na terça-feira (4), foi exonerado do cargo de assessor parlamentar da Câmara Municipal de Campo Grande pelo presidente Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB). A publicação com o desligamento, que tinha sido anunciado anteriormente, saiu no (Diário Oficial de Campo Grande) desta quinta-feira (6) — com validade a partir de quarta-feira (5).

O agora ex-servidor que recebia R$ 4,8 mil, de acordo com o Portal da Transparência da Casa de Leis, e era nomeado no gabinete do vereador (PSDB) que, segundo Carlão, concordou com a exoneração. Robson, que também é presidente da associação de moradores do Bairro São Conrado, estava com outro homem quando foi pego pela polícia. 

Os dois foram flagrados com duas caixas que continham cocaína. Cargos na Câmara de Vereadores teriam sido oferecidos para que o comparsa assumisse a droga, segundo informações da polícia.