Policiais penais detidos por corrupção tentam transferência por ‘medo’ de outros presos

Cinco agentes foram alvos de operação

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Dinheiro foi apreendido durante a operação
Dinheiro foi apreendido durante a operação

Presos temporariamente na quinta-feira (6) durante a Operação La Catedral, dois policiais penais tentaram transferência do Centro de Triagem em Campo Grande, por terem criado inimizades com presos nos anos em que prestaram serviços. Os servidores são acusados de facilitarem entrada de bebidas, celulares e drogas no presídio de Ponta Porã.

Entre os presos, está Carlos Eduardo Lhopi Jardim, ex-diretor do Estabelecimento Penal Ricardo Brandão, alvo da operação. Também foram detidos João Xavier Martins Neto, Justo Aquino Navarro, Luiz Carlos Soto e Maicom Thomaz Corrêa de Alencar. Dentre eles, João Xavier e Luiz Carlos entraram com pedido de transferência.

As defesas dos policiais penais alegaram risco contra a integridade física dos acusados, pelas inimizades criadas com os detentos, ‘presos comuns’ que cumprem pena na unidade prisional de Campo Grande. Inicialmente os pedidos foram indeferidos pelo juiz plantonista Daniel Raymundo da Matta, da Comarca de plantão de Ponta Porã.

Conforme o magistrado, os agentes “Não possuem direito à prisão especial, nos termos do artigo 295 do Código de Processo Penal”. Ainda de acordo com o juiz “O preso não possui o direito de escolher o lugar que entende mais adequado para permanecer segregado, mas apenas de não ser colocado na mesma cela em que se encontram os presos comuns”.

Com isso, não sendo encontrada ilegalidade na transferência dos presos para o Centro de Triagem de Campo Grande, os pedidos foram indeferidos. No entanto, foi oficiado o diretor da unidade prisional, para que as providências necessárias sejam adotadas para garantir a segurança dos presos. em audiência de custódia nesta sexta-feira (7), foi determinado que as prisões temporárias – de 5 dias – serão mantidas.

La Catedral

O Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) cumpriu 5 mandados de prisão temporária, além de 5 de busca e apreensão contra os policiais penais. As ações foram acompanhadas pela Corregedoria-Geral da (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), além de equipes policiais da 1ª e 2ª Delegacias de Ponta Porã.

Conforme a polícia, as investigações do Dracco identificaram a existência da organização criminosa integrada pelos policiais penais, envolvidos em concussão, corrupção passiva, favorecimento para entrada de celulares no presídio, entre outras infrações. As provas colhidas resultaram na apreensão de bebidas alcoólicas dentro do presídio, celulares, drogas e dinheiro.

Além disso, a fuga de dois presos também é investigada, sob suspeita de participação dos agentes, mediante recebimento de propina. A polícia identificou a facilitação na entrada dos celulares, bebidas, carne, drogas, além de uso para fins particulares de serviços prestados no presídio pelos internos.

Também foram encontradas celas especiais com móveis planejados, chuveiro elétrico, alimentação diferenciada, entre outras regalias que não passavam por vistoria. O nome da operação, La Catedral, faz referência à penitenciária ‘construída’ na Colômbia por Pablo Escobar, para que cumprisse pena com luxos e regalias.

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